Ali, membro da oposição Coligação de Cidadãos pela Mudança (CCC), foi raptada em 2022 à porta de um bar em Nyatsime, um bairro de Chitungwiza. O seu corpo, cortado em pedaços, foi encontrado duas semanas depois escondido num poço. A família de Ali recusou-se a enterrar os seus restos mortais mutilados até que Joe Sikhala, um alto funcionário e advogado da família, fosse libertado.

Ele foi preso depois de dizer que ela havia sido assassinada por apoiantes do partido governamental Zanu-PF e passou quase dois anos em prisão preventiva antes de ser libertado em Janeiro, depois de um magistrado lhe ter condenado a uma pena de prisão suspensa. Sikhala, que renunciou ao CCC após ser libertado da prisão, disse que a morte de Ali não seria em vão. "A sua morte terá um papel importante na trajectória política do Zimbabwe. Ela vai nos inspirar a permanecer fortes”, disse ele ao lado do túmulo. Wellington Ali, irmão da activista assassinada, disse que a família ficou aliviada por ela finalmente ter sido enterrada, acrescentando que eles "passaram por muita coisa”. A sua irmã, Mildred Ali, disse que a família estava indignada com a duração da pena de prisão dada a Pius Jamba, que foi condenado pelo seu homicídio.

"A minha irmã não foi assassinada por uma pessoa. É claro que um dos seus assassinos, Pio Jamba, está preso. Mas alguns dos seus cúmplices ainda andam livremente depois de matarem a nosso familiar, abreviando-lhe a vida", disse ela.

O funeral de Ali foi marcado por confrontos entre diferentes facções do partido de oposição Coligação de Cidadãos para a Mudança, do qual ela era membro, que tem lutado para permanecer unido desde as eleições do ano passado.