A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
A mansão do ex-Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que se encontra abandonada no subúrbio de Houghton, na cidade de Joanesburgo, vai ser reabilitada com apoio da Fundação Collen Mashawana.
Em declarações a um canal de televisão local, o empresário sul-africano Collen Mashawana, de 43 anos, adiantou que o projecto será executado através de uma organização de apoio a pessoas idosas e desfavorecidas, criada para o efeito em 2012.
"Gostaria de declarar que não serão utilizados aqui fundos públicos, a Fundação Collen Mashawana como organização sem fins lucrativos é totalmente dependente de doadores, estamos a apelar a patrocínios, àqueles que gostariam de doar, seja em espécie ou através de sua experiência profissional, porque acreditamos que este é um projecto pelo qual todos devemos estar unidos", salientou o empresário ao canal sul-africano ENCA.
A residência de Nelson Mandela no subúrbio de Houghton, em Joanesburgo, a capital económica do país, tem sido alvo de polémica devido ao seu mau estado de conservação e abandono. A casa tem sido também alvo de um processo legal entre herdeiros, segundo a instituição Johannesburg Heritage Foundation (JHF), que questionou o uso de fundos públicos anunciados recentemente pelas autoridades provinciais na renovação da casa privada da família Mandela, em Joanesburgo.
"Deveria haver pelo menos algum plano de gestão que permita ao público ter acesso a essa casa, caso contrário, onde está o benefício público, por que estamos a usar fundos públicos naquela casa, especialmente quando os proprietários estão envolvidos numa batalha pela sua herança", adiantou David Fleminger ao diário The Citizen, que se publica em Joanesburgo. Em causa está uma oferta do governador provincial de Gauteng, Panyaza Lesufi, político do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder na África do Sul desde 1994, para renovar a mansão privada do antigo estadista sul-africano e líder histórico do ANC, com fundos do erário público, que a família Mandela rejeitou.
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