Política

África está longe de cumprir programa para reduzir a pobreza

A comissária da União Africana Josefa Sacko reconheceu, sexta-feira, em Adis Abeba, que nenhum país no continente está no bom caminho para honrar os sete compromissos do Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura (CAADP).

09/03/2024  Última atualização 09H15
© Fotografia por: DR

A diplomata fez estas declarações no lançamento do 4º relatório de revisão bienal do Programa e da Agenda de Malabo.

O Programa é uma iniciativa continental liderada por países africanos para erradicar a fome e reduzir a pobreza, através do desenvolvimento agrícola.

Josefa Sacko referiu que na base deste "mau desempenho” estão os efeitos combinados de choques que se sobrepuseram e afectaram o sector agrícola, sublinhando, entre estes, o contexto da pandemia da Covid-19, o conflito Rússia-Ucrânia, as perturbações na cadeia de abastecimento múltiplos, os conflitos no continente e os impactos das alterações climáticas

"No entanto, é gratificante constatar que foram envidados esforços consideráveis para garantir a qualidade dos dados, esforços consideráveis para garantir que sejam utilizados dados de qualidade para avaliar o desempenho dos países com base nas lições aprendidas até à data”, frisou a comissária da UA.

Faltando apenas um ano para a conclusão do período da "Declaração de Malabo ", Josefa Sacko adiantou que "é urgente que os Estados-membros acelerem a imple-

mentação do Programa, nomeadamente através da disponibilização do financiamento necessário para alcançar as aspirações deste, a fim de criar um sistema alimentar africano robusto”, vincou.

"Como é do conhecimento de muitos de nós, a declaração de Malabo sobre o CAADP chegará ao seu final em 2025 e ainda não atingimos os objectivos nela definidos”, destacou.

Josefa Sacko advertiu que a agenda pós-Malabo deve manter os princípios fundamentais do CAADP de apropriação e liderança africana, responsabilidade e transparência, inclusão e assumir uma abordagem de sistemas alimentares, adaptando-se continuamente aos contextos em mudança.

"Devemos aproveitar as oportunidades de enfrentar os desafios para garantir meios de subsistência sustentáveis e resilientes, bem como dietas saudáveis, seguras, nutritivas e acessíveis”, lembrou a diplomata africana junto da UA.

O relatório de revisão bienal tornou-se um poderoso instrumento para a advocacia a nível continental, regional e nacional, para desencadear as acções políticas necessárias com vista à transformação da agricultura em África.

Josefa Sacko referiu que apenas 49 países apresentaram relatórios neste ciclo - em comparação com 51 países na terceira revisão bienal, destacando, ainda, o desempenho dos países em relação aos 46 indicadores para acompanhar os progressos efectuados no sentido de uma agricultura totalmente transformada nos sete compromissos de Malabo.

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