Política

África quer triplicar produção e distribuição de fertilizantes

A Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre Fertilizantes e Saúde dos Solos encerrou, ontem, em Nairobi, Quénia, com o compromisso da triplicação da produção e distribuição interna de fertilizantes.

10/05/2024  Última atualização 10H00
Ministro da Agricultura e Florestas representou no encontro o Presidente João Lourenço © Fotografia por: DR

De acordo com uma fonte da Embaixada de Angola no Quénia, os Estados africanos manifestaram, igualmente, a vontade de reverter a degradação da terra e restaurar a saúde dos solos, em, pelo menos, 30 por cento, e não só, bem como garantir que 70 por cento dos pequenos agricultores tenham acesso a serviços de extensão e assessoria de qualidade sobre fertilizantes, factores que consideram fundamentais e que podem acelerar o crescimento do sector da Agricultura.

Josefa Sacko, comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, afirmou, durante a abertura da Cimeira, que o consumo de fertilizantes em África só aumentou de oito quilogramas para menos de 25 quilogramas por hectare, desde 2006, muito abaixo do objectivo de 50 kg/hectares.

Segundo a diplomata angolana ao serviço da UA, dados compilados para 53 países africanos referem que o consumo de fertilizantes (quilogramas por hectares de terra arável) varia entre 0,03 no Sudão, 1,04 na Somália, 542,47 nas Ilhas Seychelles e 542,57 no Egipto, o valor mais alto registado por um país africano.

O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, que participou no evento em representação do Presidente João Lourenço, considerou positiva a forma como decorreram os debates e o comprometimento dos Estados-membros da União Africana em aprovar a Declaração de Nairobi.

O governante informou que, durante a Cimeira, foi reiterado o facto de a importação dos fertilizantes continuar a ser um problema para o desenvolvimento do sector Agrícola no continente. Por essa razão, referiu, os participantes reforçaram a unidade no seio dos países africanos, no sentido de trabalharem para o aumento dos fertilizantes e a melhoria da saúde dos solos, garantindo assim a segurança alimentar.

Chefiada pelo ministro António Francisco de Assis, a delegação angolana à Cimeira da União Africana sobre Fertilizantes e Saúde dos Solos foi integrada pelos embaixadores de Angola no Quénia, Sianga Abílio, e na Etiópia, Miguel Bembe, além de quadros do Ministério da Agricultura e Florestas e funcionários das duas embaixadas. O evento decorreu sob o lema "Ouvir a Terra”.

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