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Agências da ONU preocupadas com a insegurança alimentar

A insegurança alimentar no Sudão é “profundamente preocupante”, com o risco “real e crescente” de que a violência no país africano crie, em breve, a “maior crise de fome do mundo”, alertaram, sábado, várias agências da ONU, citadas pela AFP.

24/03/2024  Última atualização 06H05
Director-geral adjunto da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), Maurizio Martina © Fotografia por: DR
Num ‘briefing’ perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), o director-geral adjunto da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), Maurizio Martina, indicou que algumas áreas do Sudão, particularmente no Oeste e Centro do Darfur, estão susceptíveis a cair numa situação de insegurança alimentar "catastrófica” à medida que a época de escassez – período entre colheitas que vão de Maio a Agosto – se aproxima.

De acordo com Martina, o conflito está a impulsionar a crise de fome no país, restringir a produção agrícola, danificar importantes infra-estruturas e meios de subsistência, perturbar os fluxos comerciais, causar graves aumentos de preços, restringir o acesso humanitário e provocar deslocações em grande escala. A economia do Sudão é altamente dependente do sector agrícola, com cerca de 65 por cento da sua população envolvida na agricultura, de acordo com a FAO.

Contudo, devido ao conflito, a produção nacional de cereais caiu quase pela metade desde o ano passado e a oferta de alimentos de origem animal, como o leite, caiu drasticamente, contribuindo para níveis crescentes de subnutrição, destacou a directora de Operações e Advocacia do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Edem Wosornu. As áreas com conflitos activos registam as populações com maior insegurança alimentar.

Quase nove em cada dez pessoas que enfrentam insegurança alimentar de emergência no Sudão estão em focos de conflito na região de Darfur e Kordofan, assim como nos estados de Cartum e Al Jazirah. Com mais de oito milhões de pessoas deslocadas, o Sudão vive a maior crise de deslocados do mundo, segundo as Nações Unidas.

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