Cultura

Agentes culturais da região de Benguela pretendem gerir as salas de espectáculo

Arão Martins / Benguela

Jornalista

O presidente da Associação Provincial de Teatro de Benguela (APROTEB), Kelvin Vicente Memuana, defendeu a importância da terciarização da gestão das principais salas de teatro de referência da província aos agentes culturais. Kelvin Memuana, que falava ao Jornal de Angola no âmbito do Dia Mundial do Teatro, celebrado quarta-feira, justificou a passagem da gestão das salas do Cine Monumental (Benguela) e Flamingo (no Lobito) aos agentes culturais para melhor exploração, contribuindo no engrandecimento do sector na província.

29/03/2024  Última atualização 12H35
Em Benguela a classe das artes cénicas pretende gerir as salas © Fotografia por: ARÃO MARTINS | edições novembro

"O controlo do calendário cultural fica sob a responsabilidade de quem entende da movimentação artística da província, de forma particular, e do país, em geral. A província tem muitos agentes credenciados para realizar eventos culturais e estão localizados no Lobito, Catumbela, Benguela, Baía Farta e nos demais municípios”,  realçou Kelvin Memuana.

O responsável da APROTEB informou que actualmente a província conta com mais de 50 grupos de teatro, entre convencionais e comunitários, e acrescentou que a disposição das salas a preços mais acessíveis proporcionaria a motivação de muitos grupos. Kelvin lamentou que a interdição dos cinemas teve como consequência a regressão da actividade teatral em Benguela.

O alto preço das salas de teatro foi uma das preocupações levantadas pelo presidente da Associação Provincial de Teatro de Benguela, tendo lamentado que boa parte das pessoas que cuida destas salas às vezes preferem tê-las fechadas do que celebrar um acordo com os grupos.

"Recentemente, decorreu um espectáculo de teatro no Cine Império do Lobito, actualmente sob gestão privada, mas os preços são altos e o pessoal do teatro está sem capacidade para pagar tais preços. É preciso que haja essa flexibilidade, sobretudo na cobrança de valores acessíveis para a manutenção da sala ou outros encargos. Ao cobrar entre 200 e 400 mil kwanzas, é impossível para qualquer fazedor de cultura ter essa capacidade”, desabafou.

 O presidente da Associação Provincial do Teatro em Benguela elogiou o Governo Provincial de Benguela pela forma pragmática como tem vindo a realizar acções em prol de toda a cultura da província, visto que muitas infra-estruturas do sector estão a ser reabilitadas, com destaque para o Cine Monumental.

Homenagem aos fundadores do Colectivo de Artes Ombaka

Membros fundadores do Colectivo de Artes Ombaka de Benguela serão homenageados, hoje, pelo contributo que deram em prol do desenvolvimento da cultura na província. Dentre os homenageados constam Orlando Domingos (actual director provincial adjunto da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos de Luanda), Paulo Kosse (professor de Dança do grupo) e Heloísa Patrícia dos Santos. Iniciativa do Governo Provincial de Benguela, a cerimónia contará com a presença da directora do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Juventude e Desportos, Rosária Tchitali, e será acolhida numa das unidades hoteleiras da cidade das Acácias Rubras, no âmbito dos 19 anos de existência do grupo.

O director-geral do Colectivo de Artes Ombaka, Esteves Domingos Quina, adiantou ao Jornal de Angola que durante a homenagem serão entregues diplomas de mérito e outros brindes aos contemplados.

O Colectivo de Artes Ombaka foi fundado a 5 de Março de 2005, por jovens actores de Benguela, que deixaram o grupo de teatro Muenho para criarem um outro projecto de artes cénicas.

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