Mundo

Ajuda alimentar a Gaza é uma questão “moral”

O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, sustentou que é um “dever moral” permitir a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza com urgência e segurança.

29/03/2024  Última atualização 13H40
© Fotografia por: DR

"O Conselho Europeu e o Conselho de Segurança das Nações Unidas apelaram para um maior acesso humanitário urgente e seguro. Permiti-lo é um dever moral”, afirmou, na quinta-feira, Borrell na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem indicou que, de acordo com a directora executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM), há alimentos suficientes armazenados para as pessoas que estão a morrer de fome na Faixa de Gaza e à espera para entrar através de rotas terrestres naquele enclave palestiniano.

"Os lançamentos aéreos [de alimentos] ajudam, mas não podem substituir centenas de camiões”, observou Borrell. Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu, pela primeira vez, numa resolução um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, alvo de uma ofensiva aérea e terrestre de Israel desde 7 de Outubro de 2023.

Sobre se a resolução do Conselho de Segurança é vinculativa (de cumprimento obrigatório para os Estados), o porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Farhan Haq, declarou, na terça-feira, que todas as resoluções daquele órgão da ONU devem ser interpretadas à luz do Artigo 25.º da Carta das Nações Unidas - que estipula que todos os Estados-membros da organização "concordam aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança”, mas escusou-se a ir além disso quanto à sua interpretação do termo "vinculativo”.

Na prática, a resolução aprovada em finais de Dezembro para acelerar a entrada de ajuda humanitária em Gaza foi ignorada por Israel que, em vez de eliminar os obstáculos a essa ajuda, fez o oposto - segundo todas as agências especializadas da ONU -, sem que isso lhe tenha custado qualquer sanção ou sequer advertência do Conselho de Segurança.

A guerra entre Israel e o Hamas, que está próximo de chegar aos 180 dias e continua a ameaçar alastrar-se  a toda a região do Médio Oriente, fez, até agora, na Faixa de Gaza, mais de 32.000 mortos, mais de 74.000 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo