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Alemanha quer produção de armas em larga escala

O chanceler alemão instou, ontem, os europeus a voltarem-se para a produção em massa de equipamento militar, favorecendo encomendas agrupadas e de longo prazo, para cumprir as metas de apoio militar à Ucrânia, alertando para a ameaça duradoura representada pela Rússia.

14/02/2024  Última atualização 13H50
Olaf Scholz preocupado com a defesa da Europa © Fotografia por: DR

Olaf Scholz marcou presença na cerimónia de inauguração de uma nova fábrica de armas de Rheinmetall, no maior complexo industrial de defesa da Alemanha, em Untelüss, na região Norte do país.

A nova unidade deve produzir munições de artilharia de 155 milímetros a partir de 2025, visando gradualmente uma capacidade de 200 mil projécteis por ano.

Segundo Scholz, este é uma 'chamada' para os europeus, para que fortaleçam a base industrial de defesa do continente. "Devemos voltar-nos para a produção de armas em grande escala”, insistiu Olaf Scholz, lembrando que esta é uma "necessidade urgente”.

"Por mais dura que seja esta realidade, não vivemos tempos de paz”, sublinhou o chanceler alemão. A guerra da Rússia na Ucrânia e as "ambições” de Vladimir Putin, representam "uma grande ameaça”, alertou.

Nesta situação, "quem quer a paz deve conseguir dissuadir possíveis agressores”, defendeu o chefe do Governo na Alemanha. Apesar dos milhares de milhões de euros em armas entregues à Ucrânia pelos países da União Europeia (UE) desde o início da invasão russa, estes ainda estão longe de ter alcançado capacidade suficiente para apoiar de forma sustentável o país e reconstituir as suas próprias reservas.

De acordo com Olaf Scholz, para resolver estes problemas é necessária uma cooperação industrial "mais estreita” entre os 27 Estados-membros.

"Uma defesa forte exige uma base industrial sólida. Isto acontecerá se nós, europeus, agruparmos as nossas encomendas, se unirmos os nossos recursos e assim dermos à indústria perspectivas para os próximos 10, 20 ou 30 anos”, sublinhou.

Scholz reconheceu ainda que a Alemanha tem sido um mau exemplo, porque a política de armamento "foi executada como se fosse uma questão de comprar um carro”, sem o planeamento a longo prazo que tem sido necessário para que as indústrias de defesa invistam em capacidades adicionais.

A Rheinmetall pretende produzir, em todas as suas instalações na Europa, até 700 mil projécteis de artilharia por ano em 2025, em comparação com 400 a 500 mil este ano. Antes da guerra russa na Ucrânia, produzia apenas 70.000.

O maior fabricante de armas alemão "já tem uma capacidade superior à dos Estados Unidos” em termos de produção de munições de 155 milímetros, garantiu à agência France-Presse (AFP) Armin Papperger, chefe da Rheinmetall.

No futuro, "os Estados Unidos gostariam de produzir um milhão de munições por ano e a Europa dois a três milhões, graças a uma união entre parceiros europeus”, acrescentou. Até ao final de Março, os europeus terão fornecido apenas metade do milhão de munições prometidas à Ucrânia no ano passado.

 

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