Desporto

Ângelo Victoriano descrito como lenda do desporto

Elsa Arroz

Jornalista

Antigos basquetebolistas descrevem as qualidades do único recordista de conquistas, com oito medalhas de ouro em Afrobasket’s, Ângelo Victoriano, falecido sábado último por doença, como uma lenda do basquetebol angolano e africano, considerando que a sua perda deixa a modalidade empobrecida.

15/04/2024  Última atualização 09H15
© Fotografia por: DR

Paulo Macedo lamenta a morte de Ângelo e apela que Angola deve conquistar o Afrobasket 2025, como única forma de homenageá-lo pelo contributo prestado ao basquetebol angolano.

"Começamos a jogar juntos aos 16/17 anos, na Selecção júnior, com o falecido Romero. Não está fácil, devido à convivência que tivemos. Conheci-o há mais de 40 anos, foi um companheiro de lutas, adversários e depois colegas. Temos que vencer o próximo Afrobasket, para homenageá-lo pela sua grandeza, e ser lembrado como alguém que honrou a camisola da Selecção Nacional", referiu.

Aníbal Moreira considera uma perda irreparável daquele com quem, por muitos anos, partilhou o balneário, no Petro e   na Selecção.  "Do Ângelo tenho   boas recordações, para além do basquetebol, éramos muito amigos, crescemos na Terra Nova, e por sinal, os nossos primeiros títulos como campeões, foi em 1988. Fomos a Portugal, no Clube Atlético de Queluz, depois no 1º de Agosto e fomos colegas como treinadores, adjunto do Luís Magalhães. Então são muitos bons momentos vividos com este grande homem ", sublinhou.

Por seu turno, Miguel Lutonda descreve o ex-extremo como um dos melhores atletas de todos os tempos que Angola conheceu, e pede a quem de direito para fazer honra e glória pela sua contribuição ao desporto angolano.

"Meu kota, Ângelo Victoriano, como carinhosamente o tratava, que a sua alma descanse em paz. Estou sem alma e sem palavras por tudo que representas em minha vida. Ângelo foi um dos melhores jogadores de todos os tempos, é uma fase muito triste para nós ", referiu.

Lutonda lembra dos bons momentos vividos com Ângelo. " Ganhámos dois campeonatos no Asa e deu-me incentivo para rumar ao 1º de Agosto onde terminei a minha carreira. Quero agradecer por tudo que fez por mim. Hoje partes, mas deixas um legado para a nova geração. À família desejo força e coragem ", disse.

Víctor de Carvalho visivelmente comovido, pelo passamento físico do seu antigo companheiro das quadras, afirmou que a carreira de basquetebolista é muito curta, por este motivo é necessário que as instituições de direito dêem o devido apoio enquanto há saúde, ao invés de receber reconhecimento na morte.

" É uma dor enorme. Estava a par e passo do acontecimento, perdemos um grande irmão.  De certeza que o basquetebol em Angola fica mais pobre ainda. A nossa carreira é muito curta, é mais fácil sermos reconhecidos quando estamos bem fisicamente e em vida, mas acontece o contrário. Somos reconhecidos na morte e não conseguimos ver nada. Contudo, a morte faz parte da vida, uns vão cedo e outros depois. Os meus mais sinceros pêsames para a família".

Carlos Morais teve oportunidade de dividir o balneário com Ângelo Victorino, na Selecção Nacional. Carlos Morais, extremo do Petro de Luanda, recorda o antigo basquetebolista como líder e referência para a nova geração.

"Tenho boas recordações do Ângelo. É uma lenda do basquetebol africano, tive a honra de jogar com ele na equipa que disputou o Afrobasket´2005.  Era o capitão da Selecção, líder e grande jogador, em vida era uma pessoa que sempre nos deixou grandes exemplos, um grande campeão que vai continuar presente para a eternidade", disse.

Questionado sobre qual o legado deixado à nova geração, Carlos Morais diz que de Ângelo fica com a perseverança e a vontade de ganhar.

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