Os dois judocas angolanos fazem parte da categoria de pesados que vai encerrar a competição africana, pontuável no ranking qualificativo para os Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024.

Ontem no primeiro dia, Angola coleccionou cinco medalhas, sendo três de ouro, uma de prata e igual número de bronze, com as chancelas de Leonardo Barros (-60kg, ouro), Edmilson Pedro (-60kg, ouro), António Candeeiro (-73kg, ouro), Divaldo Santos (-73kg, prata) e Rodrigo Lucas "Tarefa” (-73kg, bronze).

Em reacção, Edmilson Pedro exteriorizou a felicidade: "É demais. Foi uma grande batalha, pois consegui conquistar cem (100) pontos no ranking mundial. A pontuação é importante para a minha qualificação aos Jogos Olímpicos de Paris'2024. Brindei o povo com o ouro e continuarei a lutar".

O atleta da categoria 70kg assegurou os próximos objectivos: "Agora, vou prestar mais atenção ao Campeonato Africano a decorrer de 23 a 26 do corrente no Cairo, Egipto. Darei o melhor de mim para erguer o ouro e conquistar os 700 pontos em disputa. Em seguida, darei o meu máximo no Mundial de Dubai em Maio".

Leonardo Barros destacou "viver momento de sonho": "A emoção é enorme. Depois do ouro nos Jogos Africanos, obtive mais uma vez o ouro. Sinto-me motivado para o 'Africano' do Egipto e vence-lo também".

António Candeiro exaltou o desempenho pessoal: "Após a conquista de bronze no Open da Tunísia e de prata em Luanda, no ano passado, elevei a bandeira de Angola com o ouro nesta prova. Isso é resultado da preparação no Brasil. Espero mais estágios competitivos no exterior, a fim de aumentar as competências técnicas e tácticas e corrigir os erros, sobretudo, na técnica de ne-waza".

Feminino

Angola faz-se representar hoje nos combates das categorias de -70 kg com Maria Niango e -58kg com Aisha Maurício. As duas atletas estão com boa pontuação no ranking para chegar a Paris.

Ontem, as angolanas arrebataram uma medalha de ouro, duas de prata e igual número em bronze com destaque das participações da Andreza António na categoria de -57kg, Vicência Francisco, Edmira Segunda (-48kg) e Joana Kulimbala (-63kg).

Prova africana

O presidente da Federação Angolana de Judo, Hermenegildo Santos, garantiu que Angola pode conseguir a autorização da Federação Internacional da modalidade para albergar o Campeonato Africano de Judo. A declaração foi proferida ontem na abertura do Luanda Open Continental.

O dirigente desportivo garantiu que o país tem condições para albergar qualquer tipo de prova mundial e prometeu manter negociação com as entidades internacionais de judo para a ‘Africano’.

"Vamos trabalhar no sentido de conseguir o aval da Federação Internacional para albergar a prova africana. Temos condições organizacionais e infra-estruturas para o feito", prometeu.

Secretária de Estado encoraja atletas

A perseverança, disciplina e foco foram as palavras de encorajamento preferidas ontem pela Secretária de Estado para o Desporto, Teresa Ulundo, no discurso de abertura do Luanda Open Continental de Judo, que encerra hoje no Arena do Kilamba.

"Gostava de ajudar os nossos atletas pela forma como têm trabalhado. Acreditamos que, com a bravura e esforço apresentados, vão estar aptos para atingir maiores resultados. Esse deve ser o foco", aconselhou.

Em representação do ministro da Juventude e Desportos, Rui Falcão, a dirigente apontou o desporto como um caminho para a união dos povos.

"O desporto é alegria, sinónimo de união e factor de inclusão social. A prática do desporto permite melhorar a qualidade de vida da sociedade e contribui para o valor económico de qualquer país. E Angola não é excepção", destacou.

Teresa Ulundo agradeceu às delegações das federações presentes na competição e desejou boa estadia em terras angolanas. "Agradecemos a todos os presentes e que se sintam à-vontade. Estendemos os cumprimentos a todos os representantes da União Africana pela escolha de Angola para a realização deste Open. Gostava de felicitar toda a equipa da Federação Angolana de Judo pela forma como está organizada a competição continental que congrega dois continentes: África e América".

Adilson Francisco e Rosa Napoleão