Angola e a República da Coreia do Sul podem cooperar, no domínio da Defesa.A pretensão foi manifestada pelo Presidente da República, João Lourenço, em Seul, no decurso da visita oficial de dois dias àquele “tigre asiático”, no âmbito dos desafios de reforço das relações bilaterais.
Em declarações prestadas no almoço oficial que lhe foi oferecido pelo homólogo sul-coreano, o Chefe de Estado deixou claro que Angola pretende, com a Coreia do Sul, uma "cooperação completa”, que não se limite ao fortalecimento de ambas as economias.
"Queremos uma cooperação que seja completa em todos os domínios e não apenas com o objectivo de fortalecer as nossas economias, como também no sector da Defesa. Vamos ver se começamos a dar os primeiros passos para que a cooperação militar, entre os nossos países, seja, também, uma realidade proximamente”, afirmou o estadista angolano.
Dado o facto de terem sido parcas as visitas "ao mais alto nível” e poucas as reuniões da Comissão Bilateral de Cooperação, "apenas em duas”, o Chefe de Estado anunciou que, por esta razão, os países acordaram a realização, ainda durante este ano, da 3ª Reunião da Comissão Bilateral.
João Lourenço destacou, também, a contribuição da indústria naval coreana no sector Petrolífero angolano, "quer construindo e fornecendo os navios petroleiros que utilizamos, como também construindo as plataformas” utilizadas na produção no ‘offshore’ angolano.
A Coreia está, ainda, segundo o Presidente da República, envolvida na construção civil, na construção de alguns "edifícios emblemáticos, como o Hotel Intercontinental, bem como no sector Energético.
O Chefe de Estado observou, todavia, que a cooperação institucional não é tudo, tendo incentivado, por isso, ao investimento privado directo, quer de investidores coreanos em Angola quer de angolanos na Coreia.
"Temos a ambição de ver a transferência da alta tecnologia coreana para Angola, em vários domínios, nomeadamente na indústria naval, e que estaleiros navais coreanos pudessem, num futuro breve, passar a construir embarcações, para fins diversos, em território angolano”, defendeu o Chefe de Estado.
A Coreia do Sul, acrescentou João Lourenço, é também forte na indústria automobilística e na área electrónica, razões que levam Angola a pretender, igualmente, que os produtos coreanos, quer da indústria automóvel e de máquinas pesadas, quer de electrónico sejam, também, produzidos em Angola.
"O Estado angolano garante todas as facilidades que forem necessárias, para que essa nossa pretensão se possa tornar realidade”, manifestou este desejo o Presidente da República.
Produção de painéis solares
O sol abundante em Angola, segundo o Chefe de Estado, deve também ser bem aproveitado, com a produção de energia não poluente. João Lourenço considerou um "desperdício” para o país ter bastante sol e não o usar para criar riqueza, produzindo energia solar.
"A ambição é aproveitarmos, da melhor forma, este sol abundante que a natureza nos oferece, utilizando para a produção de energia não poluente”, sugeriu, formulando o convite aos investidores coreanos que queiram, em Angola, produzir painéis solares e outros componentes, para que "possamos inundar o nosso território com parques fotovoltaicos”, no sentido de eliminar, em definitivo, a queima de combustíveis fósseis.
"Estamos satisfeitos com o nível da nossa cooperação”, revelou João Lourenço, para em seguida enfatizar que Angola quer "mais e muito mais”, justificando a razão da presença em Seul, reiterando o convite ao homólogo da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, para visitar Angola.
"Se possível no próximo ano, seria simbólico se a sua visita coincidisse com a celebração dos 50 anos da Independência de Angola”, desejou o estadista angolano.
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