Em declarações aos jornalistas, à saída da audiência com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, à margem da Assembleia Paritária da OEACP, a deputada moçambicana sustentou a afirmação com o facto de o país ter representação feminina ao nível dos vários órgãos do Estado, destacando a Vice-Presidência e o Parlamento.

"Angola é uma impulsionadora da equidade do género. Tem uma presidente da Assembleia Nacional e uma Vice-Presidente da República. São avanços na equidade do género e, temos, ainda, várias pastas ocupadas por mulheres”, disse, realçando o facto de ser um exemplo para a Comunidade dos Países da África Austral (SADC) e de Língua Portuguesa (CPLP), dos quais Moçambique faz parte.

"Também, em Moçambique, o Presidente da República é rodeado de titulares de órgãos do Estado que são mulheres. O Parlamento moçambicano, Tribunal Administrativo e Constitucional, e a Procuradoria-Geral da República, também são mulheres. Vimos que o exemplo de equidade do género existe”, acrescentou.

Ana Rita Sithole disse, ainda, que ao nível da Região Austral do continente, também existem alguns exemplos de igualdade do género, tendo citado, a título de exemplos, a África do Sul e o Malawi, cujos cargos de presidente do Parlamento são ocupados por senhoras.

"Queremos que estes exemplos sirvam, também, para outros países que fazem parte da nossa organização”, acrescentou, para em seguida lamentar o facto de os parceiros da União Europeia, apesar de "falarem muito da equidade do género”, não terem levado o assunto a sério na prática.

"Não temos visto isto e queremos usar esta oportunidade histórica de Angola, para que, também ao nível parlamentar, haja um grande impulso. Por isso, estamos muito alegres pelo facto de Angola reunir mulheres presidentes do Parlamento, no âmbito da presidência da organização dos Estados da ACP”, referiu Ana Rita Sithole.

 
Audiência a Georges Chikoti

A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, concedeu, também ontem, uma audiência separada ao secretário-geral da OEACP, Georges Chikoti, com quem abordou questões relativas à Assembleia Paritária da organização, que decorre no país. 

O diplomata disse que além de informar a vice-Presidente da República sobre o evento e agradecer ao país por estar a organizar, sublinhou que o grande objectivo da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico prende-se com a ratificação do Acordo de Samoa.

Georges Chikoti revelou que o acordo prevê um financiamento não reembolsável, para permitir aos Estados-membros o desenvolvimento e a luta contra a pobreza.

"O acordo, para os próximos dez anos, são 30 biliões de dólares para a África, 800 milhões para o Caribe e 500 milhões para o Pacífico”, disse o secretário-geral da OEACP, à saída da audiência com Esperança da Costa.