Política

Angolanos em Portugal enaltecem encontro com Presidente da República

Bernardino Manje | Em Lisboa

Angolanos residentes em Portugal elogiaram o encontro de confraternização organizado, sexta-feira, pela Embaixada, no âmbito da visita do Presidente João Lourenço a Lisboa.

28/04/2024  Última atualização 06H16
© Fotografia por: DR

Em declarações aos jornalistas, o juiz conselheiro jubilado do Tribunal Constitucional Onofre dos Santos disse ser sempre uma boa circunstância ver o Presidente com os angolanos na diáspora.

"Os números oficiais são 50 mil angolanos em Portugal. Hoje estiveram aqui umas centenas. Todos quiseram estar juntos do Presidente, ouvir uma palavra dele. Foi bom! Se todos os angolanos quiserem estar com o Presidente, como o que aqui vi, de viva voz e ao vivo, acho que há um grande potencial para que todos os angolanos procurem encontrar nesta figura uma certa unidade que é preciso encontrar no nosso país”, disse.

O magistrado destacou o facto de a confraternização ter acontecido na época em que se celebra os 50 anos do 25 de Abril, que marca o fim da ditadura em Portugal e numa altura em que os angolanos se preparam para comemorar, no próximo ano, o 50.° aniversário da Independência Nacional.

"A esperança nunca morre, mas todos queremos uma vida melhor. Muitos dos angolanos estão cá justamente à busca de uma vida melhor e nesta ligação dos angolanos de dentro e os que estão fora, é preciso que o Presidente sinta de cada um deles qual é o sentimento que realmente domina porque é fundamental, é ele que tem mais responsabilidades neste momento para potencializar o futuro do nosso país”, considerou.

Para o director-geral das primeiras eleições em Angola realizadas em 1992, o encontro de sexta-feira foi uma aposta neste sentido. "Fico contente. Tive muito gosto de cá vir e foi uma noite bem passada”, concluiu, sorridente.

A luso-angolana Francisca Van-Dúnem, antiga ministra portuguesa da Justiça, no Governo do ex-Primeiro-Ministro António Costa, disse que a comunidade quer ter sempre notícias da terra e a vinda do Presidente João Lourenço a Portugal é sempre um evento de maior relevância para a comunidade angolana.

"Estive há pouco em Angola mas (apenas) durante três dias. Do meu ponto de vista, não foi possível  fazer uma avaliação. Mas aquilo que acho é que as pessoas continuam a ter uma grande esperança, na expectativa de que os sonhos da Independência se vão concretizar. Percebe-se que há dificuldades, associadas aos problemas financeiros do Estado, em decorrência da dependência e crise do petróleo”, disse.

A jurista reconheceu, entretanto, que "também se percebe (do lado das autoridades) o esforço de melhorar a vida das pessoas”.

Para o músico Barceló de Carvalho "Bonga”, que actuou durante a noite, tratou-se de "um encontro importante”. "Para começar, se não fosse importante, não vinha cá. E o encontro tem a ver com a comunidade de nós, que somos de lá e que vivemos cá fora. Eu, especialmente, porque não cortei o cordão umbilical com a terra de origem e, por isso, falo tipo lá (Angola) e vou continuar a falar disso ”, ressaltou o artista, naquela forma angolana de falar das coisas da terra que lhe é característica.

"Sem complexos dos palcos do musicall internacional, eu transporto Angola comigo e não preciso de subvenção. Preciso que haja uma descompressão e quando isso acontece, o artista é mais artista e a terra agradece”, afirmou ainda Bonga.

Sobre o facto de ter sido o primeiro a ser saudado pelo Presidente João Lourenço no encontro com a comunidade angolana, Bonga lembrou que não foi a primeira vez que isso aconteceu.

Por seu turno, Vladimir Prata, presidente do Núcleo dos Artistas Angolanos em Portugal, elogiou a visita em si do Presidente, bem como o encontro com a comunidade. O também jornalista considerou conciliador o discurso do Presidente da República no jantar e garantiu que os angolanos radicados em Portugal vão procurar sempre enaltecer o nome de Angola em terras lusas.

Durante o encontro, actuaram, além de Bonga, artistas como Paulo Flores, Matias Damásio, Yola Semedo, Eddy Tussa e Kyako Kyadafi, para além dos Tunezas.

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