A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Até 2018, a área de Maxilo-facial do Hospital Josina Machel, em Luanda, registava oito a nove óbitos por semana, mas, a partir de 2019, com abertura do internato de especialidade, a mortalidade reduziu para três a duas mortes por mês, informou, quinta-feira, o chefe da área.
Segundo o médico, a maior parte dessas mortes ocorriam já na enfermaria, depois dos pacientes terem sido assistidos no banco de urgência. "Era uma situação bastante triste e preocupante. Como havia poucos especialistas, em face da demanda de pacientes, era muito difícil conseguir manter estáveis os doentes, principalmente os que se encontravam em estado grave”, contou.
De acordo com Agnelo Lucamba, actualmente, estão em formação, na especialidade de Maxilo-Facial, 25 médicos internos, oriundos das várias províncias do país, para atender a demanda.
No banco de urgência, explicou, esses médicos fazem uma assistência imediata e muito mais detalhada. Ao subirem para a enfermaria, o quadro clínico dos pacientes já é considerado estável, apesar de ainda inspirarem cuidados.
Questionado sobre o número de especialistas no Josina Machel, na área de Maxilo-Facial, Agnelo Lucumba disse serem três médicos que, com ajuda dos internos, conseguem prestar uma melhor assistência a todos os pacientes que recebem.
Agnelo
Lucamba informou que é objetivo da direção do hospital formar o maior número
possível de especialistas na área de Maxilo-facial e, ao mesmo tempo, ser uma
referência a nível nacional.
Mais de 300 cirurgias de lábio leporino
O especialista em Maxilo-Facial revelou que, durante a campanha de cirurgia ao lábio leporino e fenda do palato, realizada em 2023, foram operadas mais de 300 crianças dos cinco aos 15 anos, que se encontravam em lista de espera há já algum tempo.
Além dessas crianças, sublinhou, foram também operados alguns adultos de até 45 anos que apresentavam os mesmos problemas, mas já numa forma de cirurgia de rotina, devido à idade. "Apesar de alguns constrangimentos, conseguiu-se fechar a lista de espera com sucesso”, congratulou-se.
Para este ano, Agnelo Lucamba disse que a prioridade será para as crianças menores de cinco anos, que também têm lábio leporino e fenda do palato e estão numa lista de 300 pacientes à espera dessas cirurgias.
O especialista em Maxilo-Facial sublinhou que essas crianças foram separadas da primeira lista por causa da idade e serão atendidas no Hospital Pediátrico de Luanda "David Bernardino”, devido às especificidades do material usado em cirurgias pediátricas.
Questionado sobre o elevado número de crianças em lista de espera, Agnelo Lucamba explicou que, antes, as famílias tinham muitos tabus sobre a patologia, por causa das tradições e crenças religiosas.
Hoje,
como o Hospital Josina Machel tem estado a realizar várias campanhas
cirúrgicas, tanto em Luanda como em outras províncias do país, as famílias já
começam a aderir de forma mais confiante.
Patologias frequentes
As patologias mais frequentes no banco de urgência da área de Maxilo-Facial do Hospital Josina Machel são os traumas e fraturas da face, tanto da mandíbula como da maxila, disse o responsável.
Agnelo Lucamba realçou que 90 por cento dos traumas são causados por acidente de motorizada, pela falta do uso do capacete. Também são frequentes, no banco de urgência, infecções odontogénicas, como celulites e abcessos, sendo estes a principal causa de óbito na área.
O especialista apelou, por isso, às famílias para evitarem levar tardiamente os pacientes aos hospitais, porque isso complica o trabalho dos médicos, que muitas vezes pouco ou quase nada conseguem fazer para salvar o doente.
Já nas consultas externas, prosseguiu, as doenças mais frequentes são as malformações congénitas e tumores como fimbronas, amiloplastomas, odontomas e tumores do osso.
Lucamba acentuou que, em média, são realizadas cinco a sete cirurgias electivas por semana, para remoção do tumor, desde o simples ao mais complexo.
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