Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, considerou, segunda-feira, a operação de Israel em Rafah perigosa por colocar em risco a vida de milhões de palestinianos, advertindo o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu para tomar medidas que separem civis de soldados.
As autoridades israelitas justificaram a operação em Rafah como estratégia de manter a pressão militar sobre o Hamas, para libertar os reféns, depois de o Exército anunciar o resgate de duas pessoas raptadas no dia 7 de Outubro.
"Saúdo os nossos bravos guerreiros pela acção ousada que levou à libertação” dos dois reféns, disse o Primeiro-Ministro israelita. Em comunicado, Netanyahu acrescentou que "só a continuação da pressão militar, até à vitória completa, resultará na libertação dos reféns”.
O Exército israelita acrescentou que "três terroristas foram mortos no edifício”, indicou num relatório preliminar. De acordo com autoridades palestinianas, a operação de libertação dos reféns causou a morte de pelo menos sete pessoas.
No domingo, o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou ao Exército que preparasse uma ofensiva contra Rafah, onde chegaram, nas últimas semanas, mais de 1,3 milhões de palestinianos em fuga da guerra. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas, vários ataques aéreos israelitas causaram, ontem, "cerca de 100 mortos” em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza. Num novo balanço, o Ministério elevou de 52 para "cerca de 100 mortos” a estimativa dos ataques contra a cidade situada no extremo Sul de Gaza, junto à fronteira com o Egipto.
O Ministério tinha indicado que os ataques atingiram 14 casas e três mesquitas em diferentes áreas de Rafah. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram ter realizado "uma série de ataques contra alvos terroristas na área de Shabura”, uma zona de Rafah, de acordo com um comunicado.
Actividades
militares no
Mar Vermelho
O alastramento da guerra entre Israel e Hamas continua a provocar ataques contra embarcações no Mar Vermelho, zona onde os Estados Unidos e Reino Unidos realizaram ataques combinados contra alvos hudhis no Iémen.
No entanto, um navio foi atacado ontem "por dois mísseis” ao largo das costas meridionais do Iémen, disseram duas agências de segurança marítima britânicas. "A tripulação está livre de perigo e o navio dirige-se para o próximo porto de escala”, indicou a agência de operações comerciais marítimas do Reino Unido (UKTMO, na sigla em inglês), sem avançar pormenores.
O ataque teve lugar numa zona onde os rebeldes Huthis do Iémen têm emboscado, em diferentes ocasiões e ao longo dos últimos meses, navios que se encontram no Mar Vermelho com destino a Israel.
Uma outra agência de segurança, Ambrey, indicou que o navio graneleiro, com pavilhão das Ilhas Marshall, "visado por mísseis em dois incidentes separados”, foi atingido, tendo sofrido danos.
Desde Novembro que os rebeldes huthis dizem desencadear estas acções, no Mar Vermelho e no golfo de Aden, contra navios que consideram ligados a Israel para apoiar os palestinianos na Faixa de Gaza, enclave cercado e bombardeado pelas forças israelitas em guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas. Estes ataques obrigam numerosos armadores a suspender a passagem por esta zona, por onde transita 12% do comércio mundial.
Primeiro aliado de Israel, Washington voltou a designar os huthis como "entidade terrorista” e lançou, em Dezembro, uma coligação multinacional "de protecção” do tráfego marítimo. Sem conseguir travar os ataques dos huthis, as forças norte-americanas e britânicas desencadearam vários ataques no Iémen desde meados de Janeiro.
Apoiados pelo Irão, os rebeldes huthis controlam grande parte do Iémen, depois de quase uma década de guerra contra o Governo iemenita naquele país pobre da península arábica, também confrontado com uma grave crise humanitária.
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