Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
Chefes da diplomacia das 20 maiores economias mundiais debatem, a partir de amanhã, na cidade brasileira do Rio de Janeiro, "questões urgentes" como os conflitos internacionais e reformas das instituições de governança global, em preparação da cimeira do G20.
Fonte do Governo brasileiro antecipou à Lusa que, à excepção de dois ou três países (como China e Itália, que virão com vice-ministros), todos os outros deverão estar representados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros. A mesma fonte adiantou que a indicação do Governo brasileiro é de que o chefe da diplomacia da Rússia, Sergey Lavrov, marcará presença no Rio de Janeiro.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também estarão presentes no evento que conta igualmente com a presença como convidados dos chefes da diplomacia de Portugal e de Angola, João Gomes Cravinho e Téte António, respectivamente, e o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa.
Em comunicado, o Governo brasileiro enfatizou que a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 ocorre num "momento de grande instabilidade geopolítica, com crises se desdobrando em diversas regiões do mundo".
"Entre os temas mais urgentes a serem discutidos estão a situação no Médio Oriente e a ofensiva russa na Ucrânia, que continuam a gerar preocupações globais em relação à crise humanitária instalada e aos desdobramentos geopolíticos e económicos dos conflitos", frisou a diplomacia brasileira. Nos últimos dias, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, provocou um atrito diplomático com Israel ao comparar os ataques à Faixa de Gaza com o Holocausto quando "Hitler resolveu matar os judeus".
Por outro lado, a expectável presença do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, no Rio de Janeiro. Outro dos pontos principais, que tem sido uma das bandeiras do Governo brasileiro e que deverá estar em cima da mesa nas reuniões é a "necessidade de reformas nas instituições de governança global" como nas Nações Unidas, Organização Mundial de Comércio e bancos multilaterais.
As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.
O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de Dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.
Os membros do G20 são os Estados Unidos da América, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia, mais a União Europeia e a União Africana.
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