Mundo

Cabo Delgado continua sob controlo do Exército

O Presidente de Moçambique afirmou que as Forças de Segurança têm o controlo da situação, onde realizam operações regulares com apoio da SADC e do Rwanda, desvalorizando o apelo da França os seus cidadãos evitarem Cabo Delgado, Norte do país.

21/02/2024  Última atualização 09H42
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi © Fotografia por: DR

"Cada país tem uma agenda alinhada e integrada. Deve haver um motivo qualquer por que foi feito um comunicado", disse Filipe Nyusi, citado pela Lusa à margem da cimeira da União Africana, que decorreu em Adis Abeba.

O Chefe de Estado moçambicano disse que seria expectável que as autoridades francesas, dada a sua amizade com Moçambique, decidissem apoiar e trabalhar com Maputo para combater a ameaça terrorista. A Embaixada da França em Moçambique está a apelar aos cidadãos franceses para não viajarem para as cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, em Cabo Delgado (Norte), devido à "ameaça terrorista".

"Devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, é fortemente recomendado não viajar para estas cidades, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades", lê-se numa mensagem aos viajantes publicada na quarta-feira pela Embaixada de França em Maputo. Na reacção, Filipe Nyusi afirma que a declaração surge num momento em que o país africano está "a trabalhar arduamente para provar ao mundo que Moçambique está empenhado com os seus parceiros na luta contra o terrorismo".

A multinacional francesa TotalEnergies tem planeada a construção de uma central nas proximidades de Palma, para a produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares, mas a obra está suspensa desde 2021 devido aos ataques terroristas. "A situação não está como estava", afirmou ainda o Chefe de Estado moçambicano, garantindo que esta nova onda de ataques resulta da acção de poucas pessoas.

 

Insurgentes cobram dinheiro a viajantes

O presidente do Conselho Empresarial de Cabo Delgado denunciou ontem que um grupo de terroristas interceptou um empresário naquela província do Norte de Moçambique, obrigando-o a pagar para poder seguir viagem.

"Um dos nossos empresários transportava a sua mercadoria para Quissanga. Com a situação da estrada o carro enterrou, pediu socorro no distrito, o socorro ajudou-o, mas infelizmente ao longo do troço de Quissanga cruzou-se com insurgentes. Não foi queimada a mercadoria, não foi queimado o carro, mas tiraram-lhe valores. Pelo carro com mercadoria cobraram-lhe 100 mil meticais e pelo tractor 50 mil meticais", lamentou Mamudo Irache, em declarações à Lusa.

Refreiu que os terroristas interceptaram o empresário e obrigaram-no a pagar ao todo 2.180 euros para poder seguir viagem. Mamudo Irache disse que a região Norte de Moçambique teve um período de acalmia nos últimos meses de 2023.  

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo