Os dois países, que trocaram impressões sobre o estado das relações de amizade e diplomáticas, procederam a um balanço exaustivo da cooperação em vários sectores. Miryan Vieira disse que Cabo Verde e Brasil mantêm contactos positivos com impacto no processo de desenvolvimento mútuo. "Nós estamos a desenhar o plano de desenvolvimento integrado. Neste sentido, já tivemos uma missão de prospecção da Agência Brasileira de Cooperação, onde foram identificados alguns sectores que serão abrangidos no quadro desse novo programa de cooperação, nomeadamente a questão das mudanças climáticas e a preservação ambiental”, precisou.

A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira, adiantou que o programa contemplará, ainda,"os sectores da Saúde, do Turismo, empreendedorismo, com o sector Privado a ter um papel importante”. 

"Além das políticas que têm a ver com a erradicação da pobreza, queremos trabalhar, sobretudo, na vertente económica, com acções desenvolvidas no sector Privado, para potencializar o comércio e o investimento entre o Brasil e Cabo Verde”, disse a governante.

Miryan Vieira adiantou que o novo programa de cooperação está na fase de estudo, e que está previsto para ser implementado em três anos. Na ocasião, considerou que o Brasil tem sido o tradicional parceiro de desenvolvimento de Cabo Verde, sobretudo na capacitação técnica e institucional do país, com assistência humanitária no quadro da crise da segurança alimentar, que tem contribuído para o reforço das políticas nutricionais do país.

No âmbito do Programa de Cooperação para o Desenvolvimento Integrado de Cabo Verde, Vieira disse que o Brasil tem todo o interesse em fazer do arquipélago o modelo da nova filosofia de cooperação com os países do Sul global.

Por seu turno, o secretário para a África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Duarte, manifestou-se muito satisfeito com a retomada das consultas políticas entre Cabo Verde e Brasil, que estavam suspensas há cerca de oito anos. Assegurou que o seu país está disponível para participar no plano de desenvolvimento integrado de Cabo Verde. Referiu que Brasil e Cabo Verde têm um campo comercial muito grande a explorar, sendo que, para isso,"é preciso retomar a parte de conectividade tanto aérea como marítima, que ajudará, sem dúvida, no crescimento do comércio e das actividades económicas”.

Carlos Duarte sublinhou, nesta linha de pensamento, que os empresários brasileiros têm todo interesse em participar mais do mercado cabo-verdiano, através de investimentos e do comércio, realçando, a propósito, "ser preciso um conhecimento maior sobre as oportunidades que se abrem para o sector privado”.

O secretário para a África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Duarte, considerou que o mercado comum africano constitui, também, uma oportunidade para as empresas brasileiras investirem em Cabo Verde.