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Com um sorriso estampado nos lábios, a psicóloga Carla Marisa Luís dos Santos, uma jovem mulher de 35 anos, sempre com ares de boa disposição, está presente no Centro de Acolhimento de Crianças Abandonadas/ Desamparadas “Frei Giorgio Zulianello” todas as terças e quintas-feiras, para prestar assistência psicológica a quase uma centena de crianças que vivenciaram e vivem diferentes traumas.
O Jornal de Angola entrevistou a psicóloga Carla Marisa Luís dos Santos, uma pessoa de trato fácil e dedicada ao trabalho que presta de forma voluntária no centro localizado no bairro 11 de Novembro, na cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire. Além de psicóloga clínica, Carla Marisa considera-se mãe, tia e irmã das crianças do Centro "Frei Giorgio Zulianello”, onde mais de 90 crianças encontraram um lar que os pais biológicos não puderam ou não quiseram lhes proporcionar.
"Mamy”, como é carinhosamente tratada pelas crianças do centro, mencionou que, ao longo dos dois anos que está lá, além de ser psicóloga e educadora social, está no centro, em companhia de outras mulheres, para substituir as mães, tias, irmãs e amigas que aquelas crianças nunca tiveram.
"O trabalho que faço aqui é muito gratificante e multidisciplinar, pois além de ser psicóloga, também sou educadora social, mãe, tia e tudo aquilo que as crianças do centro necessitam e procuram. Com a ajuda de uma boa equipa que encontrei aqui, torna-se fácil o meu trabalho com estas crianças”, acrescentou.
Mamy contou que o dia-a-dia com as crianças tem sido intenso, devido aos vários traumas que muitas delas apresentam. Elas vêm de diferentes pontos da província do Zaire e até do país, mas, apesar disso, a assistência psicológica que presta a elas é gratificante, uma vez que o amor e a força de vontade falam mais alto.
Por mais traumas que apresentem, após chegarem ao centro, Carla dos Santos disse que, como psicóloga e com a ajuda da equipa do centro "Frei Giorgio Zulianello”, consegue fazer um diagnóstico adequado para ajudá-las a superar, a reeducar-se e inserir-se da melhor maneira na sociedade.
A sociedade discrimina
ocentro e as crianças
Segundo Carla dos Santos, o que parte seu coração como profissional e mãe é a discriminação que o centro e as crianças sofrem por parte de muitos cidadãos que, por falta de informação correcta, descrevem o espaço como o "Sítio dos Feiticeiros”.
Ela esclareceu que o centro "Frei Giorgio Zulianello” não acolhe crianças acusadas de feitiçaria; há também crianças com histórias diferentes, amorosas, bem-educadas, inteligentes e muito mais, cujo futuro ela espera ajudar a moldar.
Ainda, referindo-se ao local, ela disse "Não é um Centro de Feiticeiros, como algumas pessoas da sociedade local o apelidam”. Ali estão crianças com histórias diferentes e muito bem-educadas, que procuram superar seus traumas, independentemente de onde vieram, cujos resultados do trabalho considera muito positivos, de tal forma que há adolescentes que já foram reinseridos na sociedade.
Muitas crianças, por possuírem um nível de inteligência fora do comum, aliado à falta de conhecimento dos pais ou tutores, também têm sido vítimas de acusações de feitiçaria e, como consequência, são vítimas de várias agressões físicas e psicológicas. As acusações feitas pelos progenitores, com destaque para o pai, têm consequências psicológicas irreversíveis, cujos traumas de infância refletem na vida adulta, sendo mais visíveis quando adultos.
Trabalho voluntário
Carla Marisa Luís dos Santos recorda que, quando chegou ao centro, trabalhou durante quase um ano sem qualquer remuneração, pois seu objectivo como profissional era obter experiência e ajudar aquelas crianças. "Devido à demanda e ao reconhecimento do trabalho que presto, foi-me proposto um subsídio, mas o meu objectivo era mesmo ganhar experiência. O que faço aqui é por amor, porque são apenas crianças, e o conhecimento não serve de nada se não for colocado a serviço das pessoas”, frisou.
Segundo a psicóloga, se há possibilidade de ajudar de alguma forma, deve ser feito em prol daquelas crianças que têm carência afectiva, e por isso ela está disponível para a árdua tarefa, sentindo-se bem. "É um trabalho muito bom. Sinto-me muito bem ao prestar assistência psicológica às crianças do centro para superarem traumas e se socializarem. Quando as ajudo, penso em nosso país, pois elas são o futuro da nossa nação. Nós, adultos, sempre que podemos, devemos fazê-lo de coração”, acrescentou.
A psicóloga Carla dos Santos não deixou de dirigir algumas palavras às mulheres, já que estamos em Março, o mês dedicado a elas. Ela felicitou e encorajou todas as mulheres a procurarem realizar seus sonhos, para que não dependam dos homens, mas sim de suas competências, mesmo que seja para ajudar o próximo.
"Mulheres lindas e guerreiras que ainda não se descobriram, as que colocaram seus certificados pendurados na cozinha, descolem-nos, por favor, e vão atrás dos seus sonhos, vão atrás do que realmente gostam de fazer. Não dependam dos pais, parceiros ou irmãos, dependam de vocês mesmas, pois quando fazemos algo por amor, mesmo que seja de favor, é gratificante. Só assim Deus poderá abrir as portas. Desejo um feliz Março Mulher e muita força a todas nós!
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