O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
As seis melhores escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro, Grupo Especial, voltaram a demonstrar, no sábado, a partir das 22h00 (horário local - 2h00 em Angola), o brilho de meses de preparação no Sambódromo Marquês de Sapucaí, para alegria das centenas de foliões.
O desfile, que teve a duração de seis horas (60 minutos para cada grupo), foi aberto pela escola Unidos de Vila Isabel, a sexta classificada, que recriou, para o enredo deste ano, um clássico do grémio, intitulado "Gbalá - Viagem ao tempo da Criação”, da autoria do grande Martinho da Vila. Com os tons azul celeste como referência, a escola destacou com o enredo a importância da espiritualidade e a esperança na cultura brasileira.
Uma hora depois foi a vez da Portela, a quinta classificada, exibir novamente, para a apreciação do público, a adaptação musical do livro "Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves. O enredo, considerado pelo júri como o melhor desta edição do Carnaval do Rio de Janeiro, em termos de samba-enredo, é assente na história fascinante de uma mulher africana idosa e cega, que ao estar à beira da morte viaja para o Brasil em busca do filho perdido há décadas.
A Salgueiro, quarta classificada deste ano, contou a história do Paraíso do Tuiuti, em "Hutukara”, como forma de alertar as pessoas para a importância da defesa urgente da cultura dos povos indígenas brasileiros. No samba-enredo, que recebeu nota dez do júri, a escola chamou atenção, também, para os rituais e costumes indígenas, que aos poucos tendem a ser "engolidos” pelo modernismo, assim como o papel das florestas, em particular a Amazónia, onde residem há mais de mil anos os Yanomami.
A seguir foi a vez de uma das escolas sensações deste ano, Grande Rio, passar pelo palco da Marquês de Sapucaí. Apesar de ter ficado em sexto no ano passado, o grémio conseguiu conquistar, este ano, o júri e o público com o tema "O nosso destino é ser onça”, no qual recontou os mitos dos povos indígenas Tupinambá, os primeiros a manter contacto com os colonizadores portugueses, por residirem em toda a faixa litoral do actual Brasil.
Em penúltimo desfilou, quando eram 2h00 (6h00 em Angola), a campeã do ano passado, que, este ano, ficou com o segundo lugar, a Imperatriz Leopoldinense. A escola de samba buscou na cultura cigana, por meio da astrologia, a magia para encantar o público. No tema "Com a sorte virada pra lua segundo o Testamento da cigana Esmeralda”, o grémio procurou levar à análise de todos partes do imaginário popular brasileiro, que emerge das vocações do colectivo, a partir da adaptação de um texto do escritor Leandro Gomes de Barros.
Para o final ficou a melhor deste ano do Grupo Especial, a escola Viradouro, que novamente apostou no resgate das raízes culturais africanas para "encantar” o júri, no tema "Arroboboi, Dangbé”. Se em 2023, o grémio trouxe a história de Rosa Courana, pseudónimo literário de Rosa Maria da Vera Cruz, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil, este ano a Viradouro procurou desmistificar o "lado sombrio” do culto vodu, mostrando que é uma religião baseada em espíritos ancestrais e santos padroeiros.
Pela originalidade da história, o grupo conseguiu obter nota dez em todas as categorias avaliadas pelo júri, como a melhor Fantasia, Harmonia, Enredo, Comissão de frente, Samba-enredo, Mestre sala e Porta-bandeira, Evolução, Bateria, Alegorias e Adereços.
Para fechar o desfile, a partir das 4h00, foram lançados fogos de artifícios nas proximidades do Sambódromo Marquês de Sapucaí, em intervalos de 30 a 40 minutos, acto que decorreu até às 6h45, altura em que encerrou o Carnaval 2024 no Rio de Janeiro.
Raízes africanas contadas nas histórias dos vencedores
A adaptação de histórias sobre a cultura africana e o papel da mulher na sociedade tem sido, nos últimos anos, parte do comum no Carnaval do Rio de Janeiro. Este ano, a história do grémio vencedor, o Unidos da Viradouro, é um exemplo desta tendência.
O projectista do grémio, João Torres, o criador das expressivas alegorias que encantaram foliões do mundo inteiro e, acima de tudo, o júri, disse, em declarações ao Jornal de Angola, que o objectivo da Viradouro foi acabar com o preconceito em torno de alguns conceitos religiosos.
O tema do grupo, disse, foi focado no vodu, um culto com origens na religião africana e originou outras, como o candomblé, no Brasil, mas ainda hoje é vista como algo associado à prática do mal. "Há todo um conceito em volta dos mitos sombrios associados à África. É preciso acabar com tais ideias, mostrando o que realmente representam”, adiantou, além de explicar que os bonecos usados no vodu, por exemplo, não são para a prática do mal, como é mostrado, inclusive em grandes produções cinematográficas.
"As pessoas acham que os bonecos são para prática do mal, porém são de cura. O vodu usa a força da natureza e acredita, assim como muitas religiões, em animais protectores, neste caso são as cobras”, esclareceu.
Em relação ao desfile, João Torres destacou ainda o facto de ter chamado atenção a história das mulheres guerreiras de Daomé, que devem ser símbolos para a nova geração feminina. "É preciso que haja referências, em especial africanas, capazes de guiar as mais jovens”, disse.
Para Julinho Fonseca, o actual director de Harmonia da Portela, são as histórias de mulheres vencedoras que vão ajudar a guiar toda uma geração. A trabalhar com a escola há um ano, o director vê na ascensão ao quinto lugar, depois de terem ficado em décimo em 2023, uma chance de continuar a explorar as histórias desconhecidas como a de "Um defeito de cor” sobre todas as mães negras.
"Foi uma tarefa árdua, adaptar um livro, que é actualmente o mais vendido da América Latina. Mas valeu a pena”, disse, acrescentando que a adaptação do livro começou a 1 de Abril do ano passado e foi feita pelos compositores António Gonzaga e André Rodrigues. "Conseguimos vencer as categorias de melhor enredo e samba-enredo, ou seja, foi a melhor adaptação do Carnaval deste ano”.
O director referiu que a história contada por Ana Maria Gonçalves, na qual uma mulher africana idosa vai ao Brasil em busca do filho perdido e ao longo do percurso lembra o sofrimento, a violência e escravatura à qual foram sujeitas milhares de outras mães negras, é um alerta à nova geração para procurar descobrir mais sobre as próprias raízes ancestrais.
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