A formação política de Succès Masra, Os Transformadores, anunciou a organização de uma "convenção popular” destinada a anunciar a nomeação do candidato da coligação "Justice Égalité”, segundo o portal de notícias tchadiano, Alwihda Info.

Masra deslocou-se, recentemente, aos Estados Unidos e à França, onde, numa entrevista com a TV5 Monde, na terça-feira, disse que nada, na actual Constituição do país, o impedia de se candidatar às presidenciais, deixando no ar a possibilidade de anunciar em breve.

Depois da morte do líder do Partido Socialista Sem Fronteiras (PSF) pelo Exército tchadiano a 28 de Fevereiro, Yaya Dillo, num incidente que o Primeiro-Ministro promete esclarecer através de um "inquérito do tipo internacional”, Masra é encarado por muitos como o político tchadiano com maior estatuto para enfrentar Mahamat Idriss Déby Itno, líder da Junta Militar no poder, que anunciou a candidatura no sábado passado.

Masra, principal líder da oposição em todo o processo político no país desde a morte em Abril de 2021 do antigo Presidente tchadiano, Idriss Déby Itno, pai do actual líder da Junta Militar, regressou ao Tchad em Novembro, com a garantia de que não seria responsabilizado criminalmente pelas manifestações de Outubro de 2022, que era acusado de organizar e das quais resultaram, pelo menos, 50 mortos, segundo dados oficiais.

No primeiro dia deste ano, assumiu a liderança do Governo tchadiano e do processo de transição, a convite de Mahamat Déby Itno.

Esta movimentação política, de acordo com várias analistas, calou uma das vozes mais críticas no país, que tinha até então boicotado todas as iniciativas e negociações enquadradas no processo de "diálogo nacional” promovido pela Junta Militar. Tanto Succès Masra como Mahamat Déby Itno sustentaram que os actores do processo de transição não se deveriam candidatar às eleições que concluem o processo de entrega do poder do país a um Governo civil democraticamente eleito.

 RSF condenam assassinato de jornalista

A organização não governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF) condenou, ontem, em comunicado, o "assassínio desprezível” de um jornalista tchadiano e da sua família, "mortos a tiro” em casa, numa aldeia do centro do tchade, no início do mês.  "O jornalista Idriss Yaya, da Radio Communautaire de Mongo, foi morto a tiro, juntamente com a sua mulher e o seu filho pequeno”, lê-se no comunicado dos RSF, citado pela AFP.

Idriss Yaya, segundo os RSF, "já tinha sido ameaçado e atacado”, nomeadamente "devido à sua cobertura dos conflitos regionais intercomunitários” no país.