Política

Chefe de Estado orienta reabilitação completa do Hospital Geral dos Cajueiros

César Esteves

Jornalista

O Presidente da República orientou, terça-feira, a reabilitação completa do Hospital Geral dos Cajueiros, no município do Cazenga, em Luanda, contrariando, deste modo, a intervenção que o Governo da Província pretendia realizar apenas ao Bloco Operatório e ao Depósito de Medicamentos.

07/02/2024  Última atualização 07H26
Presidente João Lourenço fez saber que o estado em que se encontra a unidade sanitária exige uma maior intervenção © Fotografia por: Contreiras Pipa |Edições Novembro

João Lourenço anunciou  à imprensa, no Palácio Presidencial, depois da visita de constatação que efectuou, na manhã de ontem, àquela unidade hospitalar, que recebe, praticamente, pacientes de toda a parte da capital.

O Presidente da República fez saber que o estado em que se encontra a unidade hospitalar exige uma intervenção bem maior daquela em curso, neste momento.

"A decisão que tomamos é a de que vamos fazer uma reabilitação profunda, que vai abarcar todas as áreas e não apenas o Bloco Operatório", anunciou o Presidente da República, acrescentando que o estado em que encontrou o Hospital Geral dos Cajueiros fez-lhe recordar as condições verificadas, em Dezembro de 2017, no Hospital Sanatório de Luanda, antes de ser reabilitado.

"Devo dizer que o que vi recorda-me um pouco, não tão exactamente, mas não está muito longe disso, a visita que efectuei, há já uns bons anos, ao Hospital Sanatório de Luanda, o que motivou uma intervenção de emergência, porque a situação assim exigia", aclarou.

O Chefe de Estado mostrou-se agastado com o estado em que os pacientes estão a ser atendidos naquela unidade sanitária, afirmando não ser a melhor forma de o fazer. Por outro lado, ressaltou que o espaço que acolhe o hospital é exíguo e mal equipado. Em relação à pressão que o hospital sofre, com pacientes provenientes, maioritariamente de Cacuaco e Viana, o Presidente da República salientou que o quadro poderá reduzir, com a entrada em funcionamento, dentro de dois ou três meses, dos hospitais gerais de Cacuaco e Viana, facto que, como adiantou, vai facilitar a intervenção que o Hospital dos Cajueiros poderá beneficiar.

 
Aposta nos recursos humanos

A par da aposta em infra-estruturas hospitalares, o Presidente da República disse que o Executivo vai continuar a investir, em simultâneo, na formação do homem, até se atingir o número de quadros suficientes para cobrir as lacunas existentes no sector da Saúde.

"De uma forma geral, os recursos humanos, no nosso país, são escassos em todos os domínios e, no caso concreto da Saúde, em todas as especialidades. Mas isso não é factor impeditivo para deixarmos de investir nas infra-estruturas", salientou João Lourenço.

O Presidente da República visitou, de forma demorada, o Bloco Operatório, Área de Internamento, Banco de Urgência e triagem da Pediatria, Maternidade, Laboratório de Análises Clínicas, Depósitos de Medicamentos e, por último, Área de Nutrição.

Reabilitação vai dar outra dignidade aos Cajueiros

O director-geral do Hospital dos Cajueiros, Daniel Café, disse que as obras de reabilitação anunciadas pelo Presidente da República vão dar outra dignidade ao hospital, assim como oferecer um Serviço de Saúde mais humanizado aos utentes e melhores condições de trabalho aos profissionais.

Daniel Café deu a conhecer que as maiores dificuldades enfrentadas pelos Cajueiros, com capacidade para mais de 300 camas, é a falta de boas infra-estruturas e quadros suficientes para fazer face ao elevado número de pacientes que recebe.

O responsável revelou que a unidade sanitária possui uma demanda maior que a capacidade. A título ilustrativo, adiantou o hospital atende, por dia, mais de 1.500 pacientes, sendo a área pediátrica, com cerca de 500 casos/dia, a mais pressionada.

O director-geral dos Cajueiros ressaltou que o hospital foi construído, inicialmente, para ser uma unidade materno-infantil, com 100 camas, mas, depois das adaptações, passou a contar com mais de 300 camas. 

Estrutura não foi erguida para ser um hospital

A administradora municipal do Cazenga, Nádia Neto, fez saber que aquela infra-estrutura não foi projectada para ser uma unidade hospitalar, daí a necessidade de ampliação para receber mais utentes.

Além do Hospital dos Cajueiros, Nádia Neto disse que Cazenga dispõe de mais dois hospitais municipais e cerca de dez unidades sanitárias e vários centros de saúde privados. "Mas, mesmo assim, o município do Cazenga apresenta uma densidade populacional alta, com cerca de dois milhões de pessoas", frisou.

 
Utentes aplaudem visita ao Hospital dos Cajueiros

André Francisco, munícipe do Cazenga, aplaudiu a visita do Presidente da República ao Hospital dos Cajueiros, afirmando que demonstra preocupação e atenção em relação aos problemas da população.

"Encorajo o Chefe de Estado a multiplicar este tipo de acção, pois, desta forma, muitas coisas vão andar no país", realçou o cidadão. Para Francisca Mateus, o estilo de governação do Presidente da República ajuda a acelerar o desenvolvimento do país.

"Ele tem a paciência de abandonar, constantemente, o seu gabinete de trabalho para visitar as várias obras em curso no país. Isso é muito bom", destacou Francisca Mateus.

António João, por sua vez, disse ter sido surpreendido pela visita do Presidente da República ao Hospital dos Cajueiros. "Eu saí de casa para fazer uma consulta e, posto lá, sou surpreendido pela visita do Presidente. Fiquei muito satisfeito", salientou.

 
Serviços disponíveis

O Hospital Geral dos Cajueiros, inaugurado em Agosto de 1998, dispõe, entre outros serviços, de Pediatria, Medicina Interna, Laboratório das Urgências, Imagiologia, Hemoterapia, Farmácia Satélite, Cirurgia, Nutrição, Dispensário, Oftalmologia, Estomatologia, Consultas Pré-Natal, Planeamento Familiar e Maternidade.

Com a inoperância do Bloco Operatório, os pacientes com necessidades de intervenção cirúrgica estão a ser transferidos para os hospitais Josina Machel, Prenda, Américo Boavida e Hospital Geral de Luanda.

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