Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
O Governo chinês apresentou, nesta terça-feira, as prioridades deste ano, com um aumento no orçamento da Defesa de 7,2% (mais de 213 mil milhões de euros), constantes do relatório de trabalho apresentado na 2ª sessão do 14º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC).
O aumento dos gastos na defesa, para 1,665 biliões de yuans (213,242 mil milhões de euros) surge num período de tensões no Mar do Sul da China e no estreito de Taiwan, noticia a imprensa oficial da China. No entanto, o plano estratégico para 2024 inclui uma meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de cinco por cento, o que demostra o compromisso com a estabilidade e o desenvolvimento económico.
Paralelamente, segundo o Governo de Pequim, a criação de mais de 12 milhões de empregos em áreas urbanas visa fortalecer o mercado de trabalho. Foi estabelecida, ainda, uma proporção do deficit em relação ao PIB de três por cento, para equilibrar a gestão fiscal. Além disso, foi anunciada a emissão de títulos do tesouro especiais ultralongos, bem como a alocação de 3,9 triliões de yuans em títulos para fins especiais, destinados aos governos locais.
Ao destacar o comprometimento com a inovação, a China pretende lançar a iniciativa AI Plus, impulsionando avanços na inteligência artificial. O Governo também pretende aprimorar a pesquisa tecnológica disruptiva e de ponta. Para estimular o consumo, será implementado um programa de um ano, com um investimento significativo de 700 biliões de yuans provenientes do orçamento do Governo central.
Com vista a reforçar a sua presença global, a China quer garantir tratamento nacional para empresas com financiamento estrangeiro e está empenhada em aderir ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (TPP). A busca por uma abertura de padrão mais elevado é uma prioridade, enquanto a eliminação de riscos em propriedades, dívidas locais e instituições financeiras de pequeno e médio porte visa garantir a estabilidade económica.
O relatório destaca, igualmente, o compromisso chinês com o desenvolvimento sustentável e a segurança nacional, incluindo avanços significativos na revolução energética. No cenário internacional, a China reafirma a oposição à "independência de Taiwan" e à interferência externa, ao mesmo tempo em que se defende a imparcialidade e a justiça nas relações internacionais.
A 2ª sessão do 14º CCPPC vai continuar a deliberar sobre essas propostas, moldando o curso das políticas governamentais chinesas para os próximos anos.
Clima de tensão no Mar do Sul
As tensões têm sido particularmente significativas com as Filipinas, que reforçaram a aliança militar com Washington para travar as ambições da China, o que levou a confrontos entre navios de ambos os países nos últimos meses, suscitando preocupações sobre potenciais combates armados na região.
Sobre Taiwan, Pequim considera que o Partido Democrático Progressista (DPP, pró-independência), que está no poder há oito anos e vai continuar a estar depois de ter vencido as recentes eleições presidenciais, deitou achas "à fogueira acesa pelos separatistas", ao aumentar, também, o orçamento de Defesa da ilha e ao assinar acordos para receber armas dos Estados Unidos, segundo a plataforma Notícias ao Minuto.
O Primeiro-Ministro chinês afirmou, no relatório sobre o trabalho do Governo, que a China "vai opor-se resolutamente" a qualquer "actividade secessionista que vise a 'independência de Taiwan'", bem como à "interferência de forças externas" na ilha, que é autónoma desde 1949 e cuja soberania é reivindicada por Pequim.
"Promoveremos o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito, mas defenderemos a grande causa firme e imutável da reunificação da nossa pátria. Aprofundaremos o desenvolvimento integrado das duas partes e aumentaremos o bem-estar dos nossos compatriotas de Taiwan", afirmou Li Qiang.
À margem da reunião, Li afirmou que a China vai prosseguir uma "política externa independente" e um "desenvolvimento pacífico" baseado na abertura e na cooperação.
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