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Conflito na RDC causa crise sem precedentes

A escalada de violência no Leste da RDC provocou uma crise sem precedentes, com a deslocação de mais de 200 mil pessoas em Fevereiro, afirmou, ontem, um alto funcionário da ONU, descrevendo a situação como uma crise humanitária sem precedentes.

15/03/2024  Última atualização 13H45
Agência da ONU revela falta de meios para assistir pessoas © Fotografia por: DR

"É realmente de partir o coração e uma situação verdadeiramente horrível", disse o director de coordenação do gabinete humanitário da ONU, Ramesh Rajasingham, citado pela Associated Press (AP). 

Referiu que estamos em presença de uma das maiores crises humanitárias do mundo, com cerca de 7 milhões de pessoas deslocadas, muitas delas fora do alcance da ajuda. A região Leste da RDC é, há muito, palco de acções armadas de mais de 120 grupos armados que lutam por uma parte do ouro e de outros recursos naturais da região, ao mesmo tempo que efectuam assassínios em massa.

Rajasingham visitou a cidade de Goma, onde muitos estão a se refugiar. "Um número tão elevado de pessoas deslocadas em tão pouco tempo, não tem precedentes", afirmou. No meio da intensificação dos combates com as forças de segurança, o grupo rebelde M23 - o mais activo na região, com alegadas ligações ao vizinho Rwanda - continua a atacar aldeias, expondo Goma a uma situação apertada, uma vez que conta já com uma população estimada em 2 milhões de habitantes.

Embora o M23 tenha afirmado que tem como alvo as forças de segurança, e não os civis, cercou várias comunidades, tendo, neste momento, uma parte da província de Kivu do Norte sob o seu controlo, deixando muitas pessoas encurraladas e fora do alcance da ajuda humanitária, de acordo como diretor do Grupo de Crise para a região dos Grandes Lagos, Richard Moncrieff.

"Fugimos da insegurança, mas aqui, também, vivemos com medo", disse Chance Wabiwa, 20 anos, um cidadão que está refugiado em Goma. "Encontrar um lugar pacífico tornou-se uma utopia para nós. Talvez nunca mais o voltemos a ter", acrescentou Wabiwa.

O director de coordenação do gabinete humanitário da ONU, Ramesh Rajasingham, afirmou que as agências humanitárias estão a fazer o seu melhor para chegar às pessoas afectadas pelo conflito.

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