A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Nabiam, pediu demissão do cargo de Conselheiro Especial do Presidente, alegando discordância com a actuação do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
Nuno Gomes Nabiam apresentou a renúncia ao cargo numa missiva, com data de 16 de Fevereiro, consultada pela Lusa, em que justifica a decisão pela "falta de diálogo" e "constantes interferências", assim como pela "tentativa de politizar e sequestrar as forças de segurança" por parte do Presidente.
Na carta dirigida a Sissoco Embaló, o antigo primeiro-ministro começa por agradecer a confiança política na nomeação para o cargo, mas conclui que "já não existem condições morais e políticas" para continuar.
Nuno Nabiam aponta a necessidade de marcação de eleições depois da dissolução da Assembleia Nacional Popular, em Dezembro, e considera que o estadista guineense "não se mostrou aberto ao diálogo para a criação de condições para uma governação pacífica e estável do país".
Refere também, entre as razões para a demissão, "as constantes interferências" de Sissoco Embaló "no funcionamento das instituições democráticas do país", nomeadamente nos órgãos de soberania como o parlamento, Governo, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Procuradoria-Geral da República e partidos políticos.
De acordo com a mesma fonte, o documento salienta, ainda, "a tentativa de sequestrar e politizar as forças de segurança do país, apenas para cobrir interesses eleitorais, agindo como senhor absoluto" e os "discursos de intimidação e ofensa da moral pública", bem como "reiteradas violações dos direitos humanos cometidas pelas forças palacianas contra as populações, sem direito de reivindicação".
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