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Um grupo de mais de 40 angolanos está a receber formação “online” sobre produção em escala comercial viável e sustentável em piscicultura.
Em entrevista ao Jornal de Economia & Finanças, o promotor da iniciativa e CEO da Consultoria Bio Alevinos, Fernando Miranda, disse que o objectivo da iniciativa foi unir a capacidade profissional de cada integrante e formar uma das melhores equipas de profissionais para a realização do trabalho de consultoria técnica Brasil/Angola.
Segundo Fernando Miranda, a ideia é permitir que estas equipas formadas consigam viabilizar projectos, desde a elaboração, montagem e instalação, além de dar acompanhamento durante o período de produção, de forma presencial e/ou "online”, incluindo treinamento e formação de técnicos.
O também formador brasileiro disse que a "Bio Alevinos” é uma empresa de consultoria técnica para piscicultura e carcinicultura com sede no Brasil, formada por uma equipa de profissionais com vasta experiência na actividade e que recentemente, com muita satisfação, teve o registo aprovado para o estabelecimento de uma extensão no território angolano.
No Brasil, disse, a equipa técnica é formada pelos sócios-directores, Fernando Miranda (CEO da Bio Alevinos), e Rodrigo Watanabe (Zootecnista e responsável pela nutrição, reprodução de tilápia e melhoramento genético), juntamente com outros profissionais da aquicultura.
"Tivemos a honra de conhecer o engenheiro de pesca Ivan Cabral, especialista em projectos para peixes e camarão natural de Angola, com formação no Brasil, onde firmamos uma sociedade para a constituição da empresa Bio Alevinos em Luanda”, disse.
Potencial
do país
Em relação a Angola, o piscicultor considera o país como uma grande potência que pode em pouco tempo disputar lugares de topo com o Brasil, que actualmente é o quarto maior produtor de pescado do mundo.
Sublinhou que Angola tem um potencial extremamente viável, desde o clima, a temperatura, qualidade da água e uma geração de novos empreendedores dispostos a investir na piscicultura e levar o país a ser vista no cenário mundial na produção de peixes como a tilápia (cacusso) e quem sabe de outras espécies.
Fernando Miranda defende que a piscicultura (criação de peixes) tem de ser encarada como uma "Empresa”, pois requer investimento, exige mão-de-obra qualificada e gera lucros, " e isso é o papel de uma empresa”.
Sobre o quanto é necessário para se abrir uma piscicultura, "a minha resposta, basicamente, é a mesma: vai depender do tamanho da empresa que se pretende abrir outro aspecto importante é analisar onde se pretende chegar com o projecto, porque tem muita gente que disponibiliza de tantos recursos e não chega a lugar nenhum e em contrapartida pessoas que tiveram poucos recursos conseguiram chegar tão longe com sucesso”.
Cursos gratuitos visam fornecer competências na forma de fazer
O investidor e formador em piscultura, Fernando Miranda, afirmou não ser novidade, no Brasil, que a Consultora Bio Alevinos promove diversos cursos gratuitos sobre a piscicultura e outros para formação técnica.
"Nosso objectivo é capacitar os novos empreendedores e produtores para uma produção em escala comercial viável e sustentável”, disse.
Em relação a Angola, disse que iniciaram o primeiro curso gratuito para formação de novos empreendedores na piscicultura, visto que mais de 90 por cento dos alunos são promitentes investidores e estão em busca de conhecimento antes de ingressarem na actividade.
"O que para nós isso é fantástico, pessoas com disponibilidade financeira e com o curso de capacitação promovido pela Consultoria Bio Alevinos vão poder fazer o seu investimento com mais segurança e a certeza do retorno em um curto espaço de tempo”, afirmou.
Fernando Miranda disse acreditar que o que está a acontecer no cenário mundial é a consciencialização de que, cada dia que passa, os barcos de pesca extractivistas estão a ir mais longe da costa em busca do pescado, mas a trazer cada vez menos a quantidade encontrada, para abastecer não só o mercado interno de consumidores como as exportações.
Dessa forma, explica, os países estão a ver que o melhor caminho, hoje, é a produção de animais como o peixe e camarão em cativeiro, através de técnicas em que se faz uma menor troca parcial de água e a reutilização da mesma por dois a três anos para diversos ciclos de produção, além do uso da água descartada para irrigação de diversos tipos de plantações, tornando cada vez mais a actividade altamente sustentável.
"Estamos esperançosos em contar com o apoio dos órgãos responsáveis pelo sector das Pescas, para juntos podermos desenvolver ainda mais a piscicultura em Angola e outras províncias com projectos para a produção em escala comercial e o melhoramento genético da tilápia. Sabemos que a piscicultura é uma óptima fonte de renda familiar, alimento, e gerador de empregos”, concluiu.
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