A reunião ministerial decorreu num ambiente cordial e sereno, marcado por um optimismo para o alcance de uma paz duradoura, tendo, na ocasião, os chefes das diplomacias do Ruanda e RDC acordado a realização de um segundo encontro, em breve, na capital angolana.

O encontro visou relançar as bases de diálogo construtivo e o processo de paz, estabilidade e segurança na RDC, em conformidade com a decisão tomada nos encontros mantidos recentemente, em Luanda, pelo Presidente João Lourenço, enquanto facilitador designado pela União Africana, com os homólogos da RDC, Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame.

O Chefe de Estado da RDC deslocou-se à capital angolana no dia 27 de Fevereiro, ao passo que Paul Kagame o fez no dia 11 deste mês.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Téte António, que esteve presente nos dois encontros, o mesmo enquadra-se nas acções levadas a cabo pelo estadista angolano, a mando da União Africana, para a conquista da paz e reconciliação naquela zona da RDC.

O Presidente João Lourenço tem-se mostrado incansável na busca de solução para a crise de paz e segurança no Leste da República Democrática. A título de exemplo, um dia antes da abertura da 37ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, realizada em Fevereiro deste ano, em Adis-Abeba, Etiópia, promoveu, na qualidade de Campeão para a Paz e Reconciliação em África, uma mini-cimeira a fim de abordar a situação naquela zona da RDC, com a participação de vários Chefes de Estado e de Governo presentes na capital etíope com vista a participar naquela cimeira.

Paul Kagame e Félix Tshisekedi encontraram-se no dia 16 de Fevereiro, em Adis Abeba, à margem da cimeira da União Africana, que analisou a situação no Leste da RDC, mas que terminou sem que os dois homens se entendessem.

No dia seguinte, o Presidente João Lourenço recebeu separadamente os dois homólogos sem prestar quaisquer declarações à imprensa.

Recentemente, os confrontos intensificaram-se no Leste da RDC, tendo, na semana passada, as Nações Unidas avançado que mais de 100 mil pessoas foram deslocadas por estes combates.

No fim de 2023, a ONU estimou que quase sete milhões de pessoas estavam deslocadas na RDC, incluindo 2,5 milhões só no Kivu do Norte. Centenas de milhares de pessoas estão concentradas em campos nos arredores de Goma, a capital da província.