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Descoberta primeira transmissão acidental da doença de Alzheimer

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Uma investigação realizada no Reino Unido confirmou pela primeira vez a transmissão acidental, através de tratamento médico da proteína que causa o Alzheimer, doença até agora associada apenas à velhice ou, em menor grau, à herança genética.

31/01/2024  Última atualização 12H31
Descoberta primeira transmissão acidental da doença de Alzheimer © Fotografia por: Timothy Rittman / University of Cambridge / AFP

De acordo com os autores do estudo publicado, na segunda-feira, na revista Nature Medicine, a descoberta desta propagação realça a necessidade de se tomarem precauções extremas.

A investigação confirmou que cinco pacientes que foram tratados com uma hormona de crescimento contaminada com a proteína beta amilóide, cuja acumulação é responsável pelo Alzheimer, proveniente de tecidos cerebrais de cadáveres, acabaram por desenvolver a doença sem terem idade ou herança genética associada a esta.

O tratamento, que não se realiza desde 1985, era realizado com a hormona de crescimento c-hGH, extraída da glândula pituitária de pessoas mortas para tratar problemas de altura, e foi administrado a 1.848 meninas e meninos no Reino Unido, entre 1959 e 1985.

A suspensão do uso em 1985 e sua substituição por uma hormona sintética avançou após a descoberta de que alguns lotes continham proteínas infectadas que causam a doença de Creutzfeldt-Jakob, um distúrbio cerebral que muitas vezes leva à demência.

Em 2017-2018, mais de 30 anos depois da cessação da utilização deste tratamento, os autores do estudo analisaram amostras armazenadas da hormona do crescimento c-hGH e constataram que estavam contaminadas com a patologia associada à proteína beta amilóide, apesar de estarem guardadas há décadas, avançou a Lusa.

 

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