A dívida externa do país registou uma redução de 4,7 por cento, ao cair para 49.644,6 milhões de dólares em 2023, face aos 52.065,7 milhões de 2022, de acordo com o relatório sobre fluxos financeiros do país publicado pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
Os números, há uma semana disponíveis no portal do BNA na Internet, apontam a China e o Reino Unido como os principais credores da dívida pública do pais, com 36,1 e 27,2 por cento do valor total, respectivamente, enquanto as organizações multilaterais ocupam a terceira posição, com um peso de 10,7 por cento.
No mesmo exercício, a dívida externa total do pais (combinando a dívida do Governo e a de empresas) situou-se em 56,1 mil milhões, contra 58,7 mil milhões de dólares do ano anterior, representando uma redução de 2,5 mil milhões de dólares.
Por outro lado, os fluxos líquidos dos capitais de médio e longo prazo (dívida externa pública) foram negativos, ao passar de um superávit de 1,2 mil milhões de dólares em 2022, para um défice de 5,8 mil milhões em 2023, devido à redução dos desembolsos externos e ao acréscimo das amortizações da dívida.
Os dados indicam que Angola melhorou a posição no investimento internacional, ao passar de 22,6 mil milhões de dólares em 2022, para 20,9 mil milhões em 2023, o que é justificado pela redução dos passivos e dos activos financeiros do país face aos não residentes.
A rubrica "outro investimento” representou 53,7 por cento do total dos activos, seguida dos activos de reserva com 31,3. Na composição do "outro investimento”, os dados realçam que as moedas e os depósitos representaram 64,8 por cento do valor total, seguido dos créditos comerciais e adiantamentos com 34,1 por cento.
Mais reservas internacionais
Em termos de variação de stock, as reservas internacionais registaram um aumento de 72,8 milhões de dólares, ao passar de 14.660,6 milhões no ano anterior, para 14.733,4 milhões em 2023, correspondendo a uma cobertura de cerca de oito meses de importações de bens e serviços.
No que se refere ao stock do investimento angolano no exterior, os dados apontam que esta rubrica apresentou um ligeiro aumento, ao passar de 5.259 milhões em 2022, para 5.292,3 milhões de dólares.
Os principais países de destino do investimento directo angolano no estrangeiro são Portugal, Ilhas Maurícias, Ilhas de Man, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
No domínio dos passivos, a categoria do "outro investimento” representou o maior peso, seguido do investimento directo, com posições avaliadas em 46.654,9 milhões e 12.176,6 milhões de dólares, respectivamente, constituindo no agregado cerca de 86,6 por cento do total dos passivos.
Na composição do "outro investimento”, os empréstimos representaram cerca de 86,6 por cento do valor total.
Investimento directo estrangeiro
O défice do investimento directo estrangeiro desagravou em 68,1 por cento, ao atingir os 2.118,9 milhões de dólares em 2023, contra os 6.639,7 milhões do ano anterior, justificado, principalmente, por uma diminuição dos investimentos recuperados pelas empresas do sector petrolífero, tendo em conta a redução do preço de petróleo.
Os "outros capitais” registaram uma melhoria no seu saldo ao passar de um défice de 2.417,8 milhões de dólares, para um superávit de 3.994,5 milhões do ano anterior.
O resultado desta conta foi influenciado pelos fluxos dos créditos comerciais e das moedas e depósitos.
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