O distrito de Mazowe, no Norte do Zimbabwe, está a debater-se com uma seca prolongada e severa. "Da forma como vejo o nosso campo neste momento, se conseguirmos pelo menos um balde de milho seria... Não sei, não esperamos nada deste campo”, diz Manyimo. A fraca pluviosidade no distrito destruiu um milhão de hectares de milho. As autoridades procuram preencher a lacuna de produção e procura com os membros da indústria esperando um aumento na importação de milho para satisfazer as necessidades do país. Harare tem importado grãos da África do Sul e espera-se que estoques adicionais sejam enviados do Brasil.

"A própria seca, em termos da nossa estimativa, exigirá que importemos cerca de 1,1 milhões de toneladas de milho para consumo humano e pecuário entre agora e 31 de Julho de 2025”, disse Tafadzwa Musarara, presidente da Associação dos Moleiros de Cereais. Mais de 80% do Zimbabwe recebeu chuvas abaixo do normal, o que levou o Presidente a declarar o Estado de Calamidade no início de Abril. Medidas semelhantes foram tomadas pelos vizinhos Zâmbia e Malawi. Neste ambiente hostil, as pessoas têm de pagar mais por menos comida. O director do Departamento de Gestão das Alterações Climáticas do Zimbabwe diz que o Governo tem em conta a crise climática, investindo mais de mil milhões de dólares todos os anos. "Como Governo, neste momento, é obrigatório que todos os ministérios garantam que integram as alterações climáticas nos seus orçamentos e planeamento para oferecer 1,2 mil milhões de dólares todos os anos”, disse Washington Zhakata. A seca ligada ao fenómeno climático El Nino queimou as colheitas em toda a África Austral, deixando milhões de pessoas necessitadas de assistência alimentar.