Desporto

Em ano de eleições: Agremiações e sócios estão de costas viradas

Zugu Epalanga

Jornalista

“Há cada vez menos sócios a descontar para os cofres dos clubes por vários motivos”. Assim, reagiu José Dimas, vice-presidente do Kabuscorp do Palanca, ao divórcio entre os associados e as agremiações desportivas em Angola.

21/04/2024  Última atualização 08H30
© Fotografia por: DR

"Além da bilhética, transmissão de jogos e publicidade, a contribuição dos filiados é importante para as despesas dos clubes”, aferiu.

O responsável palanquino sustentou que "o pagamento de quotas foi a principal fonte de receitas dos grupos desportivos, num passado longínquo, em todo o país”.

O jurista Gerson Mauro de Carvalho, 39 anos, é sócio do clube 1.º de Agosto e apresenta argumentos de razão para o virar de costas dos associados. "As agremiações desportivas não têm feito o necessário, de modo a convencer a massa adepta e convertê-la em sócios”, observou.

O operador de direito sustenta que "a ausência de campanha de mobilização de sócios, a ilustrar vantagens e capaz de atrair receitas, tem sido um dos handicaps na gestão desportiva em Angola”.

Gerson de Carvalho fundamentou que "a generalidade dos clubes acomodou-se à sombra dos fundos públicos que, mal ou bem, suportam a realidade financeira”.

"O financiamento do Estado aos clubes, em parte, deixou os dirigentes sem iniciativas”, argumentou.

Salviano Magalhães, antigo futebolista do Progresso Associação Sambizanga (PAS), defendeu que a ausência de cultura do associativismo é a causa do afastamento dos filiados. "É preciso voltar a educar as pessoas e fazê-las compreender a importância do sócio”, defendeu.

A agremiação da Rua F do Palanca controla 10 mil sócios inscritos, distribuídos por quatro cantos do país, sendo Luanda a maior praça com 2000 mil. Deste número, 74 têm a situação regularizada, como ficou comprovado na Assembleia Geral que reelegeu Bento Kangamba como presidente de direcção para o ciclo 2024-2028, com 71 votos a favor e 3 contra.

Em situação semelhante, o Progresso Associação Sambizanga elegeu Domingos José Tomás, com apenas 53 votos, um número insignificante para a dimensão histórica e popular do emblema amarelo e preto.

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