Cultura

Emanuel Mendes destaca elevação musical de Ruy Mingas

O músico Emanuel Mendes foi o conferencista da última edição da rubrica Conversas da Academia à Quinta-Feira, que teve como temática “Ruy Mingas: a magnificência poético-musical do nacionalismo angolano”. Promovida pela Academia Angolana de Letras, em formato digital, contou com a presença de académicos de Angola, Bélgica e Portugal.

30/03/2024  Última atualização 07H15
Músico e nacionalista, Ruy Mingas, faleceu em Janeiro © Fotografia por: DR
Emanuel Mendes considerou que Ruy Mingas terá sido um dos maiores expoentes na intenção de dar brio, vigor e cor à luta de libertação do jugo colonial por via da arte. "Além da liberdade e liberalidade poética, Ruy Mingas traz-nos a forma de construção do homem novo, criado pela estética musical forjada na luta pela libertação nacional”. Além disso, reconheceu que Ruy Mingas foi uma "árvore gigantesca e frondosa, formada por três pilares: a raiz, que tem como elemento constitutivo o nacionalismo angolano; o caule e os ramos, que são representados pela composição musical, enquanto sistema respiratório dessa «árvore», e as folhas, como elemento ligado à poética”, representado pela ideologia geradora dos frutos artísticos e musicais que conhecemos.

O músico e compositor Emanuel Mendes deu também conta de que Ruy Alberto Vieira Dias Mingas fazia questão de seguir as pegadas do seu tio Liceu Vieira Dias, tendo adiantado que "a magnificência musical de Ruy Mingas atingiu o auge na grandiosidade da composição musical do Hino da República, plena de sumptuosidade e de beleza, que retrata a marcial essência magna do compositor”.

Referiu ainda que Ruy Mingas é o compositor que musicou o maior número de poetas, com destaque para Agostinho Neto, António Jacinto, Manuel Rui e Filipe Zau. Destacamos aqui os poemas "Os meninos do Huambo” (de Manuel Rui) e "Minha terra” (de Filipe Zau).

Emanuel Mendes concluiu a sua palestra, dando conta que Ruy Mingas é o "compositor de melodias pedagogicamente sensíveis, que ressaltam a liberdade, a harmonia e a inclusão social”, denotando também preocupação com o processo de socialização dos petizes.

Sob moderação do músico Carlos Lopes, o conferencista deu conta que a música serve para propulsionar a alma e fortificar paixões, tendo falado da forma como ao longo do tempo a música foi usada para recuperar a soberania usurpada pelos colonizadores.

A próxima Conversa da Academia à Quinta-Feira está agendada para o dia 4 de Abril, a partir das 19 horas. Sob moderação da linguista Maria Helena Miguel, o linguista Itamar Cossi abordará o tema "Oratura angolana em narrativas contemporâneas femininas a partir da perspectiva colonial

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