A importância de preservar a paz e passar testemunhos às gerações futuras foram manifestações de destaque nas mensagens de diplomatas, em Bruxelas, por ocasião do 23 de Março, data assinalada pela SADC como Dia da Libertação da África Austral, durante o evento realizado a 27 deste mês, numa cerimónia promovida pela Embaixada de Angola no Reino da Bélgica, Grão Ducado de Luxemburgo e junto da União Europeia (UE).
O diplomata referiu-se ainda à homenagem feita ao primeiro Presidente da República Unida da Tanzânia, Mwalimu (Professor) Julius Nyerere, considerando-o um líder histórico cujo legado a região deve orgulhar-se.
Ao terminar a intervenção, Mário de Azevedo não deixou de enfatizar a importância da diplomacia angolana no processo de afirmação da África Austral, de que são exemplos demonstrativos a aprovação e implementação da Resolução 435 do Conselho de Segurança das Nações Unidas e os Acordos de Nova Iorque, de 22 de Dezembro, entre os Governos de Angola, Cuba e África do Sul.
Observou que, na altura, o regime do apartheid foi obrigado a resignar e a devolver a liberdade à Namíbia e ao seu povo, ao líder histórico do Congresso Nacional Africano (ANC), Nelson Mandela, e a aplicar as Resoluções das Nações Unidas.
O diplomata sublinhou que com a vitória militar das Forças Armadas de Libertação de Angola (FAPLA) sobre o exército racista do regime do apartheid, a Batalha do Cuito Cuanavale selou a libertação de toda a região austral do continente.
Mário de Azevedo deixou uma palavra de reconhecimento e agradecimento aos negociadores da paz, entre os quais destacou o então ministro das Relações Exteriores Afonso Van-Dúnem "Mbinda” e o antigo chefe da diplomacia de Cuba Isidoro Malmierca, sem se esquecer de todos aqueles que serviram, "de forma irrepreensível”, neste processo.
O
diplomata angolano fez ainda menção à mensagem do Chefe de Estado, João
Lourenço, proferida em alusão à data, na qual manifesta o apreço pelos
internacionalistas cubanos, que junto dos combatentes angolanos, da SWAPO
(guerrilheiros da Namíbia), da ZANU-PF (Zimbabwe) e dos designados Países da
Linha da Frente, determinaram a viragem política "nos nossos países,
permitindo-nos viver, hoje, um clima de paz, liberdade e democracia, orientados
para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável” das Nações Unidas.
Diplomata cubana
Por seu turno, a embaixadora de Cuba no Reino da Bélgica, Yaira Jiménez Roig, também presente no evento, afirmou que em homenagem ao Comandante-em-Chefe Fidel Castro Ruz e ao sangue derramado pela Independência dos povos da África Austral, há, hoje, a responsabilidade de preservar a memória histórica das relações entre os dois países e demonstrar, através do exemplo entre Cuba e África, que é possível praticar a solidariedade e respeitar a autodeterminação dos povos.
Yaira Jiménez Roig enfatizou que a presença de Cuba no continente africano deve ser compreendida na sua real magnitude e plena consciência da contribuição e influência de África nas tradições históricas cubanas.
Participaram no evento, entre outros, em Bruxelas, os embaixadores da SADC, responsáveis do Ministério das Relações Exteriores do Governo belga, da União Europeia.
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