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Empresa Águas de Santiago quer lei contra sabotadores

O presidente da Empresa Pública Águas de Santiago (AdS) disse, terça-feira, que sugeriu ao Governo cabo-verdiano para apresentar uma proposta de Lei ao Parlamento com intuito de criminalizar os agentes de roubo de água da rede pública, por criarem um problema de sustentabilidade à empresa.

28/02/2024  Última atualização 12H28
Águas de Santiago © Fotografia por: DR
Nilton Duarte abordou a situação, em entrevista à agência Lusa, após várias reclamações sobre falta de água em muitos bairros da capital cabo-verdiana. "As equipas instalam a rede, mas, "muitas vezes, os moradores ignoram o contador, porque dizem que depois vão roubar", denunciou.

Aquele responsável explicou a criminalização das ligações clandestinas, à semelhança do que aconteceu em Setembro de 2014, altura em que os furtos de energia eléctrica passaram a ser crime no país, vai diminuir sobremaneira os actos de sabotagem, permitindo prestar um serviço aos cidadãos com maior qualidade.

O presidente da Empresa Pública Águas de Santiago (AdS), Nilton Duarte, referiu que enquanto não houver medidas, dois cenários vão prevalecer na Praia: "muita gente com falta de água" e residentes que "dizem claramente" que fazem as suas próprias ligações. Reafirmou aquilo que tem constado dos relatórios anuais da AdS: a empresa não consegue cobrar mais de metade da água da rede, devido a ligações clandestinas, dificuldades de cobrança e perdas nas tubagens.

"Nós não podemos fazer nada. É esta a situação em que estamos e apelamos às autoridades competentes que nos ajudem", insistiu o responsável. No cenário actual, seria preciso que a Electra -- empresa pública que fornece à AdS -- entregasse 15 mil toneladas de água por dia para satisfazer às necessidades da capital, mas o valor ronda os 12 mil.

A situação obrigou a ter em curso um "plano de contingência" para racionalizar a distribuição, com horários definidos para cada zona, "para que todos possam ter água". Segundo o presidente da AdS, não há bairros com mais de 15 dias sem água, mas reconhece que pode haver casas com problema nas condutas ou má localização das cisternas de reserva.

Os depósitos devem ficar ao nível do solo, porque, quanto mais alto ficarem, mais dificilmente pode haver pressão para a água lá chegar nos momentos em que a rede está abastecida. O presidente disse que o problema na Praia só se resolve quando a Electra fornecer mais água e, quanto a isso, estão a conversar com o accionista,o Estado.

A prazo deve resultar do Programa de Eficiência Hídrica, que tem como meta reduzir até 20% as perdas de água e reabilitar as condutas, com um financiamento bancário de 270 milhões de escudos (2,5 milhões de euros). A AdS tem ainda em curso um programa para ligação de água aos bairros periféricos da capital cabo-verdiana, orçado em 133 milhões de escudos (1,2 milhões de euros), co-financiado pela câmara de Madrid e pela União Europeia.

 A empresa foi criada, oficialmente, em Maio de 2014, no âmbito da reforma do sector de água e saneamento promovida pelo Governo de Cabo Verde, em parceria com os municípios de Santiago e com o apoio financeiro da Millennium Challenge Corporation (MCC), fundo público norte-americano de apoio ao desenvolvimento.

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