Política

Empresários procuram pontos comuns para o desenvolvimento

Geraldo Quiala | Pequim

Jornalista

Mais de mil homens de negócios estiveram na abertura do Fórum Económico, presidido pelo Chefe de Estado, João Lourenço, no último sábado, em Pequim, ao que se seguiram os eventos temáticos, dois dos quais realizados em simultâneo (Recursos Minerais e Hidrocarbonetos).

19/03/2024  Última atualização 09H55
© Fotografia por: Edições Novembro

Em cada uma das salas houve a presença de mais de 200 pessoas, embora a de Petróleo tenha registado cerca de 300. No Fórum Mineiro, destacou-se a presença de empresários de Angola e da China ávidos em buscar caminhos comuns para o desenvolvimento social e económico dos dois países e povos, como ficou evidente nas declarações do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.

De acordo com a estratégia definida pelo Executivo angolano, este Fórum foi, essencialmente, direccionado para promover o investimento no sector Mineiro, por ser um dos de maior interesse, neste momento, para os investidores chineses.

"Naturalmente, isso não significa que importantes sectores como o da Energia e Águas, Transportes, Telecomunicações, Construção, Saúde e outros não sejam considerados e não aproveitem esta ocasião para mobilizarem novos investimentos”, afirmou Diamantino Azevedo, ao dirigir-se aos representantes do Governo da China, membros do Executivo angolano, corpo diplomático e homens de negócios.

Nesta conformidade, foram apresentadas as oportunidades e os desafios do sector Mineiro angolano, focado, hoje, na diversificação da produção além dos diamantes e rochas ornamentais, tendo iniciado a produção de ouro, minério de ferro, manganês e outros minerais industriais.

Actualmente, estão em fase de desenvolvimento projectos para a produção e transformação de cobre, rochas fosfatadas, nióbio e seus associados de liga de ferro-nióbio, alumínio e fosfato amarelo e branco, bem como a produção de elementos de terras raras.

Do ponto de vista do conhecimento geocientífico, sublinhou o ministro Diamantino Azevedo, o país realizou um estudo em todo o território nacional, com a contribuição de várias empresas, entre elas uma chinesa, que proporciona informação valiosa aos operadores, auxiliando-os na tomada de decisão para efectivar o investimento mineiro.

"Fruto deste estudo, estão já a trabalhar em Angola empresas multinacionais como a Rio Tinto, Angloamerican, De Beers e Ivanho e Mines. Temos empresas chinesas a operar neste ramo e é nosso desejo que outras empresas chinesas também se juntem a nós”, apelou o governante.

Exploração diamantífera

Quanto aos diamantes, Angola tem um elevado potencial para a exploração e produção deste mineral, tendo recentemente inaugurado a mina do Luele, considerada uma das maiores do mundo, além da conhecida Catoca.

"Temos um país que oferece ainda muitas oportunidades em termos de descobertas de kimberlitos de grandes dimensões. Desafiamos, aqui, os presentes para que a próxima grande mina de diamantes seja fruto da descoberta por uma empresa chinesa”, elucidou Diamantino Azevedo. Segundo o ministro, está a ser implementada a Bolsa de Diamantes de Angola, visando conferir maior transparência na comercialização de diamantes.

O Executivo angolano tem a ambição de aumentar a capacidade de lapidação de diamantes. Para isso, estão criadas, no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, na província da Lunda-Sul, condições infra-estruturais para mais investidores instalarem fábricas de lapidação, pelo que o ministro apelou a não perderem esta oportunidade.

A China é um dos principais destinos das rochas ornamentais angolanas, por isso as autoridades locais estão a prever a construção do Pólo de Desenvolvimento das Rochas Ornamentais, na província do Namibe, principal zona de exploração deste recurso.

"Desta forma, estendemos o nosso convite para, igualmente, olharem para este projecto com vista à implementação de fábricas de transformação deste material de ornamentação”, frisou o ministro, antes de anunciar os projectos de produção de potássio e rochas fosfatadas, com o objectivo de tornar Angola auto-suficiente na produção de fertilizantes.

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