Cultura

Escritor José Luís Mendonça partilha experiências com amantes da literatura

Mário Cohen

Jornalista

O jornalista e escritor angolano José Luís Mendonça partilhou, quinta-feira, na livraria da Mayamba Editora, em Luanda, o seu conhecimento sobre “Fundamento da Crítica Literária” para uma plateia com mais de 50 jovens estudantes e amantes da literatura nacional.

02/03/2024  Última atualização 11H50
Escritor transmitiu os seus conhecimentos sobre crítica literária a jovens estudantes © Fotografia por: vigas da purificação| Edições Novembro

O escritor deu a conhecer aos jovens que o método da crítica literária tem muito que ver com o formalismo, a filologia, os estudos culturais, o geocriticismo, as religiões comparadas, a simbologia, bem como a psicanálise, que são processos muitas vezes utilizados na análise de uma obra literária.

Na óptica do poeta, para existir crítica literária é absolutamente necessária uma precedência de leituras de grande parte das obras literárias que são colocadas no mercado.

Sobre o mito, explicou, que são narrativas utilizadas pelos antigos povos gregos para explicar factos da realidade e fenómenos da natureza, as origens do mundo e dos seres humanos, como também são associados à simbologia personagens sobrenaturais, deuses e heróis.

José Luís Mendonça salientou que os mitos são interligados com factos reais, características humanas e de pessoas que realmente existiram. "O objectivo principal do mito era transmitir conhecimento e explicar tudo aquilo que era importante na vida das pessoas”, explicou.

Segundo o autor do "O Reino das Casuarinas”, a mitologia é o estudo das origens e significados. Lembrou que alguns dos mitos mais conhecidos fazem parte da mitologia grega, que exprime a maneira de pensar, conhecer e falar daquela cultura.

Para o ex-director do Jornal Cultura, título da Edições Novembro, um dos grandes princípios da literatura é a invenção e a imaginação, capacidades criativas que um escritor deve ter.

Para o escritor, outro fundamento da crítica literária é a crítica jornalística resumida nas publicações em colunas de jornais, sobre o que a obra narra em poucas palavras.

José Luís Mendonça aproveitou a oportunidade para exortar os jovens a ler muito mais uma para melhor compreensão dos fenómenos socioculturais.

A trajectória de um poeta

José Luís Mendonça, oriundo do Cuanza-Norte, é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto. É membro da União dos Escritores Angolanos (UEA) e tem exercido actividade jornalística em diversos jornais.

 Publicou várias obras, com destaque para "Angola, Me Diz Ainda” (2018), "Luanda Fica Longe e Outras Estórias Austrais” (2016), "O Reino das Casuarinas”  (2014), "Um Canto Para Mussuemba” (2002), "Ngoma do Negro Metal”, edições Chá de Caxinde (2000), "Poemas de amar” (1998), "Logaríntimos da Alma” (1998), "Quero Acordar a Alva”, edição INALD (1997), prémio Sagrada Esperança em 1996 (ex-aequo com Se a Água Falasse, de João Maimona), "Respirar as Mãos na Pedra”, UEA (1989), Prémio Sonangol de Literatura (1988), Gíria de Cacimbo, UEA, em 1986, Prémio Sonangol de Literatura, e "Chuva Novembrina”, edição do INALD (1981), Prémio de poesia Sagrada Esperança.

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