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Esquerda em Portugal promove bloco contra Governo de direita

Para tentar contrariar um provável Governo de direita, a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, propôs um encontro de concertação estratégica para uma eventual alternativa política à Aliança Democrática (AD), que venceu as eleições de domingo-10, em Portugal, com 29% dos votos, conseguindo 79 deputados no Parlamento.

16/03/2024  Última atualização 07H10
Líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, sublinha a necessidade de travar a direita © Fotografia por: DR
Os destinatários do convite são o Partido Socialista (OS), a Coligação Democrática UnitáriaCDU, o Parido das Pessoas, Animais e da Natureza (PAN) e o Livre. O PS e o Livre aceitram na mesma quarta-feria o encontro, que deve ocorrer durante este fim de semana. Segundo Mariana Mortágua, a esquerda tem que estar preparada para uma resposta às "forças de direita” na defesa da "democracia portuguesa”. O futuro Primeiro-Ministro de Portugal Luís Montenegro, da Aliança Democrática (AD), que junta o PSD, CDS-PP e PPM, vencedora das últimas eleições, já se mostrou disponível para formar Governo, tendo feito saber aos apoiantes que aguarda, apenas, pela indigitação, que terá lugar, após o encerramento do calendário eleitoral, no dia 20, data em que o Presidente da República termina, igualmente, às audiências aos partidos.  

Luís Montenegro voltou a afirmar que não se irá juntar a André Ventura, líder do Chega, a revelação das eleições que conquistou o voto mais de um milhão de portugueses, alcançando, desta feita, 18,06% dos votos, tendo, na prática, 48 deputados. É contra esta condição política, com vantagem à direita, que os partidos de esquerda querem montar uma estratégia de combate parlamentar e anulação das acções de intervenção no espaço público.    

No entanto, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência do processo de consultas aos partidos com assento no Parlamento, ouve, na segunda-feira, o Chega. Até hoje, já foram ouvidos o PAN , o Livre, a CDU, o BE  e o IL. Porém, só no final das audiências aos partidos, prevista para o dia 20, é que o novo Primeiro-Ministro será indigitado. Face ao resultado das eleições de domingo, o Partido Socialista (PS) e a coligação PSD-CDS-PPM vão receber cerca de seis milhões de euros anuais de subvenção, enquanto o partido ADN, apesar de não ter conseguido qualquer mandato, tem direito a 339 mil euros.

De acordo com os resultados ainda provisórios, a Aliança Democrática e a coligação PSD-CDS (na Madeira) vão receber pelo menos 6,1 milhões de euros de subvenção estatal relativa à soma dos votos alcançados no continente e na Madeira e Açores (1.811.027), segundo a Lusa.

Em obediência à lei, os partidos que superem a fasquia dos 50 mil votos têm direito a uma subvenção anual que "consiste numa quantia em dinheiro equivalente à fracção 1/135 do valor do IAS (Indexante de Apoios Sociais) por cada voto", ou seja, 3,77 euros por cada voto (o IAS está nos 509 euros). Ao montante apurado, em função do número de votos, é aplicada uma redução de 10%.

Apesar de ainda faltar apurar os votos e os quatro mandatos do círculo da emigração, os resultados provisórios indicam que o PS tem direito a pelo menos 5,9 milhões de euros e a AD 6,1 milhões. O Chega já garantiu 3,6 milhões, relativos a 3,77 euros a multiplicar pelos seus 1.108.797 votos, e a IL quase um milhão de euros, referente aos 312.064 votos.

O Bloco de Esquerda ficará com cerca de 900 mil euros, a CDU com 685 mil euros, o Livre com 677 mil e o PAN com 402 mil. O único partido que tem direito a receber sem ter conseguido eleger qualquer deputado é o ADN, que poderá garantir 339 mil euros anuais.

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