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Os gastos militares globais aumentaram, atingindo o máximo histórico de 2,44 trilhões de dólares, com os Estados Unidos a liderarem a lista dos gastos no mundo e na Organização do Tratado do Atlântico Norte, afirma o relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).
Os gastos no sector Militar, equivalentes a 6,8% em 2023, em comparação com o ano anterior, representam o maior aumento anual desde 2009. No ano passado, os 31 membros da OTAN gastaram, por exemplo, 1,34 mil milhões de dólares, totalizando 55% das aplicações militares globais. A quota combinada do grupo representou 28% do total da OTAN, a mais elevada numa década. Os 4% restantes correspondiam ao Canadá e à Turquia.
Segundo o Instituto, uma década depois de os membros da OTAN terem se comprometido, formalmente, a gastar 2% do PIB em despesas militares, 11 dos 31 membros da aliança atingiram ou ultrapassaram este nível em 2023, o valor mais elevado desde que o compromisso foi assumido.
Outro objectivo da aliança – alocar pelo menos 20% das despesas militares para "gastos com equipamento" – foi alcançado por 28 membros da OTAN em 2023, contra sete em 2014. A China foi o segundo país do mundo com maior despesa militar, e destinou cerca de 296 mil milhões de dólares a essa rubrica em 2023, o que representa um aumento de 6% face a 2022, cita a imprensa brasileira.
Pequim foi responsável por metade do gasto militar total na região da Ásia e Oceania. Vários vizinhos da China associaram os seus próprios aumentos de gastos ao aumento dos gastos militares chineses, de acordo com o relatório.
O Japão, por outro lado, destinou 50,2 mil milhões de dólares a despesas militares em 2023, 11% mais do que em 2022. As despesas militares de Taiwan também cresceram 11% em 2023, atingindo USD 16,6 mil milhões.
Quanto ao Médio Oriente, os gastos militares estimados aumentaram 9%, atingindo USD 200 mil bilhões em 2023. Esta é a maior taxa de crescimento anual registada na região na última década, disse o SIPRI.
Israel aumentou os seus gastos militares em 24% – o segundo maior aumento na região depois da Arábia Saudita – para atingir 27,5 mil milhões de dólares, em 2023. Segundo o Instituto sueco, o aumento das despesas deveu-se, principalmente, à ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque do Hamas ao Sul de Israel, em 7 de Outubro do ano passado.
Na América Central e no Caribe, os gastos militares em 2023 foram 54% superiores aos de 2014. Segundo a instituição, a escalada dos níveis de criminalidade levou a um maior uso de forças militares contra gangues criminosas em vários países da sub-região.
No México, os gastos militares atingiram USD 11,8 mil milhões em 2023, 55% mais do que em 2014. As dotações para a Guarda Nacional- uma força militarizada utilizada para coibir a actividade criminosa- aumentaram de 0,7% dos gastos militares totais do México em 2019, quando a força foi criada, para 11% em 2023.
"O uso dos militares para suprimir a violência dos gangues tem sido uma tendência crescente na região há anos, uma vez que os governos não conseguem resolver o problema através de meios convencionais ou preferem respostas imediatas", disse Diego Lopes da Silva, investigador sénior do SIPRI.
Gastos da Rússia e da Ucrânia
A Rússia, segundo instituição, aumentou os gastos militares em 24% para atingir um valor estimado de US$ 109 mil milhões de dólares em 2023, o que representa um aumento de 57% desde 2014.
Em 2023, os gastos militares da Rússia representaram 16% do total dos gastos públicos e a sua carga militar (percentagem dos gastos militares em relação ao produto interno bruto, PIB) foi de 5,9%.
A Ucrânia, por sua vez, foi o oitavo país que mais gastou em 2023, após um aumento nos gastos de 51% para atingir USD 64,8 mil milhões. Isto significou um fardo militar de 37% para Kiev e representou 58% da despesa pública total.
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