Cultura

Estreia de peça de teatro lota Centro de Conferências de Belas

A peça de teatro intitulada “Eles não vivem sem Mulheres” levou, no último domingo, ao Centro de Conferências de Belas, em Luanda, centenas de pessoas que lotaram a sala e acompanharam a exibição durante duas horas de muita emoção, alegria e sorrisos.

05/03/2024  Última atualização 08H20
O espectáculo dramático aborda o empoderamento feminino e vários assuntos do quotidiano © Fotografia por: João Gomes | Edições Novembro

A peça levada à cena por seis elementos do sexo masculino, dentre eles o Marcos, um jovem apaixonado pela Anita, que para os amigos é uma mulher do "game” e que traia o seu parceiro. No elenco estavam, Leandro, Eduardo, Olise, Hugo e cota Rui, amigos de Marcos que aconselhavam a terminar o relacionamento.

Na ocasião, a mentora da peça de teatro, a actriz Vanda Pedro, disse que foi desafiador escrever o teatro, tendo aproveitado o ensejo para agradecer a todos que de forma directa ou indirecta participaram para tornar possível a exibição do espectáculo.

Vanda Pedro explicou, igualmente, que o processo de criação da peça surgiu em 2016, quando criou o enredo de "Elas não precisam de Homens”.

"Tivemos três meses de preparação para a apresentação da peça, mas recordar que este projecto surgiu em 2016. Já tínhamos esta ideia para poder estrear ‘Eles não vivem sem Mulheres’, mas devido à Covid-19 não conseguimos fazer a apresentação antes, e hoje sentimos ser o momento ideal para poder trazer a peça ao público”.

A mentora acredita que a peça foi bem aceite pelo público, pois a plateia vibrou e teve uma energia positiva, mas quer aguardar a repercussão nas redes sociais para uma melhor avaliação, "mas acredito que superamos todas as expectativas do público que acompanhou o espectáculo”, disse feliz a actriz.

Falta de sala

A actriz Vanda Pedro afirmou que a falta de sala é uma das maiores dificuldades que se tem para a realização e apresentação de espectáculos do género. "Para conseguirmos a sala, pagamos cinco milhões de kwanzas e isso fez com que não conseguíssemos realizar outras sessões”, disse a actriz, que avançou que o projecto vai se estender para outras províncias, com realce para o Uíge, Benguela, Namibe e Huíla, e que os promotores de evento já contactaram a direcção do projecto para a apresentação da peça.

A importância da mulher

Suzete Dombo, uma das pessoas que assistiu a estreia do espectáculo, disse que aprendeu com a peça que a mulher é muito importante na vida do homem, bem como na sociedade.

Outrossim, referiu, é a reciprocidade nos relacionamentos, porque tanto o homem, como a mulher precisam um do outro, mas tudo na base do respeito.

Outra assistente da peça, Teresa Munto ressaltou que a abordagem apresentada serviu para chamar atenção de comportamentos que observamos no quotidiano, e aprendeu que de facto a mulher tem um papel preponderante na vida de um homem.

Já Orlando Reginaldo, frisou que a peça foi bem concebida, porque retrata o poder da mulher no relacionamento conjugal, e hoje cria-se vários conceitos relativamente ao empoderamento feminino e outras estruturas que surgem para desestabilizar as relações.

"Mas, acredito que mesmo com a modernidade e estes vários conceitos, é necessário a força de vontade do casal para poder manter a relação”.

Espectáculo transmite valores morais a homens e mulheres

O Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda, foi pequeno para testemunhar, no último domingo, a estreia da peça "Eles Não Vivem Sem Mulheres”, numa iniciativa da produtora Mentes Fabulosas.

A estreia do enredo proporcionou aos presentes, que lotaram a sala do CCB, uma interacção entre actores e o público, que saiu do espaço com várias lições morais.

Durante o espectáculo, cada actor interpretou o seu personagem com a intenção de transmitir uma mensagem positiva para os presentes.

Um dos artistas que participou na estreia foi Wime Bráulio, que interpretou o personagem Hugo. O actor contou que o seu personagem assemelha-se à vida de vários jovens de Luanda, que preferem ter uma relação amorosa com adultas por conta de alguns problemas vividos na juventude.

"Foi algo interessante, sobretudo a descoberta do personagem, que foi com a ajuda dos meus colegas. Acredito que tal como Hugo, os outros personagens também foram importantes para a peça”, afirmou.

Kayaya Júnior, que interpretou o mais velho Rui, explicou que o personagem foi um homem experiente, por isso dava alguns conselhos ao grupo de amigos que pertencia.

"Rui, apesar de ser o conselheiro, também tinha muitos problemas para resolver, sobretudo por ser viciado em sexo. É um homem que foi acumulando várias mulheres e filhos”, explicou.

Já Nelson Faustino, que interpretou Ulisses, frisou que a ideia da peça foi excelente. Além disso, disse, que quando recebeu o personagem de um jovem que gosta bastante de mulheres empoderadas, aceitou logo por, sobretudo, confiar na produção nacional.

"O público mostrou-se presente em todas as fases do espectáculo, reagiu como deveria ser em cada cena e isso é muito bom”, sublinhou.

Por outro lado, o Imperador, que interpretou o papel de Eduardo, explicou que o personagem é um jovem muito decidido e concentrado, mas que, no fundo, é alguém mimado e que ama muito a mãe.

O actor Sílvio Nascimento interpretou o Leandro, um personagem que contou ter sido complexo, por ser comum na sociedade angolana. "É uma pessoa narcisista, que quer um nível de respeito exagerado, impõe respeito com força, porque acredita que as mulheres devem respeito acima da média”.

"Mas, é bem verdade que as relações interpessoais são complexas, todos precisamos de nos respeitar”, disse.

Lewis Tuavekamba, que desempenhou o papel de Marcos, disse que é um personagem muito apaixonado pela namorada, por isso sugere que se casem, mas foi rejeitado, porque a namorada fingia ser o que não era.

Marcos tentou o suicídio, mas os amigos aconselham-no a não pôr fim à vida por causa de uma pessoa que não está na mesma vibração que ele.

Armindo Canda e Amilda Tibéria

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