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EUA pede o fim imediato da violência no Leste da RDC

Os Estados Unidos condenaram a escalada de violência no Leste da República Democrática do Congo (RDC), atribuída aos rebeldes do M23, e pediram o fim imediato das hostilidades.

20/02/2024  Última atualização 09H30
Estados Unidos exige a retirada dos grupos rebeldes das zonas ocupadas do Leste da RDC © Fotografia por: DR

Há cerca de 10 dias, os combates entre o M23 (Movimento do 23 Março), apoiado por unidades do exército rwandês, e as forças da RDC intensificaram-se na zona de Sake, a cerca de 20 quilómetros a oeste de Goma.

"Os Estados Unidos condenam, firmemente, a escalada da violência no Leste da RDC devido às acções do grupo armado M23, apoiado pelo Rwanda e com incursões na localidade de Sake”, de acordo com um comunicado difundido no sábado pelo Departamento de Estado norte-americano por meio da CNN.  "Esta escalada ameaça a vida de milhões de pessoas. Pedimos ao M23 a cessar imediatamente as hostilidades e retirar-se das posições actuais em torno de Sake e Goma”, acrescentou o porta-voz, Matthew Miller, no comunicado.

Washington condenou, ainda, o apoio do Rwanda ao M23, apelou para a retirada do Exército rwandês da RDC e pediu à Kigali para "retirar os sistemas de mísseis terra-ar, que ameaçam a vida dos civis, dos soldados da força da ONU e outras forças de manutenção da paz regionais e humanitárias”, referiu Miller, na mesma nota.

Várias fontes disseram que as intensificações dos combates, nestes últimos dias, causaram dezenas de mortos e feridos, civis e militares. O Grupo de rebeldes, predominantemente tutsi, o M23 surgiu em 2012 e, no fim desse ano, ocupou brevemente Goma, antes de ser derrotado militarmente no ano seguinte.

Ressurgiu em Novembro de 2021, com críticas ao Governo por não ter respeitado os acordos sobre a reinserção dos combatentes. Desde então, tomou vastos territórios na província do Norte-Kivu.

A RDC acusa o Rwanda e o M23 de quererem deitar a mão aos minerais no Leste do Congo. O M23 afirma defender uma parte ameaçada da população e pede negociações, que Kinshasa recusa, excluindo conversações com "terroristas”.

Assassinos de embaixador italiano sem julgamento

A justiça italiana decidiu, ontem, não julgar os dois trabalhadores do Programa Alimentar Mundial (PAM) acusados do assassínio, em Fevereiro de 2021, do embaixador italiano na República Democrática do Congo RDC), num atentado perpetrado nos arredores de Goma (leste).

A juíza de instrução Marisa Mosseti, do Tribunal de Roma, reconheceu a "falta de competência" do tribunal no caso e a aplicação do princípio da imunidade diplomática para os dois acusados de homicídio, Rocco Leone e Mansour Luguru Rwagaza, segundo a agência noticiosa ADNKronos, citada pela Europa Press.

"Há uma forte decepção e amargura. Tomamos nota da sentença e aguardamos os próximos passos da procuradoria", disse o representante legal da família do italiano Vittorio Iacovacci, um militar que também foi morto durante o ataque.

A Procuradoria de Roma anunciou, pouco depois, que irá recorrer da decisão, precisamente devido à disputa sobre a imunidade diplomática dos dois funcionários da agência da ONU. O advogado de defesa de Leone congratulou-se com a decisão.

Um tribunal congolês condenou seis pessoas à prisão perpétua, em Abril de 2023, pelo ataque contra o embaixador Luca Attanasio, que foi morto em 22 de Fevereiro de 2021 durante um assalto de homens armados a um comboio do PAM que viajava sem escolta no parque Virunga no Kivu do Norte, no Leste da República Democrática do Congo (RDC).

As autoridades congolesas atribuíram o ataque, que também matou um trabalhador do PAM, ao grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda, formado em 2000 por rebeldes hutus e milicianos rwandeses que fugiram depois de terem participado o genocídio de 1994 no Rwanda.

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