Mundo

Europa exige o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia

Uma delegação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), liderada pela presidente da Assembleia Parlamentar, Pia Kauma, reiterou o apelo para que o fim da guerra na Ucrânia, onde as operações militares iniciaram há dois anos

08/02/2024  Última atualização 13H00
Parlamentares da OSCE querem a saída das forças russas do território ucraniano © Fotografia por: DR

Em comunicado, a delegação sublinhou, no fim de uma visita de carácter inspectivo, "a dura realidade da guerra e do sofrimento que a Ucrânia enfrenta diariamente", referindo que o objectivo da deslocação "era manifestar apoio à Ucrânia, ouvir as vozes ucranianas e defender a responsabilização pela destruição que a Federação Russa infligiu ao país".

A delegação reiterou os apelos da Assembleia Parlamentar da OSCE para que a Federação Russa cesse as suas operações militares e retire as suas tropas do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia.

A comitiva que visitou o país, a quase há dois anos, era composta por quatro membros da Equipa de Apoio Parlamentar para a Ucrânia da OSCE, bem como pelo secretário-geral da Assembleia Parlamentar, Roberto Montella, e o representante especial da Presidência da OSCE na Ucrânia, o embaixador Marcel Pesco.

Num discurso proferido ontem no Parlamento ucraniano, Pia Kauma sublinhou a solidariedade de longa data com a Ucrânia, desde a anexação da Crimeia e o início das hostilidades no Donbass, há 10 anos, observando que a Assembleia Parlamentar da OSCE tem consistentemente apontado inúmeras violações dos compromissos internacionais.

"Queremos responsabilizar a Federação Russa, queremos preencher a lacuna entre as declarações políticas e as acções tangíveis. Queremos que nosso compromisso vá além das palavras", vincou Kauma, citada na mesma nota.

Já numa reunião em Kiev, os membros da delegação centraram-se nas investigações sobre crimes de guerra e nas perspectivas de criação de um tribunal internacional especial para crimes de agressão.

A delegação reuniu-se, também, com representantes da Procuradoria-Geral da República, do Ministério da Administração Interna, do Ministério da Justiça e do Centro de Protecção dos Direitos da Criança, para abordar a transferência e deportação para a Rússia de cerca de 20.000 crianças ucranianas de áreas não controladas pelo Governo e as perspectivas de as devolver às suas famílias na Ucrânia.

Os delegados manifestaram ainda preocupações relativamente aos três antigos membros do pessoal da Missão Especial de Monitorização da OSCE que foram detidos nas áreas ocupadas da Ucrânia, reiterando as exigências para a sua libertação incondicional.

Esta foi a primeira visita da Equipa de Apoio Parlamentar para a Ucrânia da OSCE ao país desde a sua constituição, em Junho de 2023.

Forças Armadas com falta de munições 

A Casa Branca advertiu, ontem, que a Ucrânia está a ficar sem munições e afirmou ser vital que os países aliados, incluindo os Estados Unidos da América, aprovem nova ajuda militar para que Kiev continue a enfrentar a Rússia.

Em conferência de imprensa por telefone, o porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby, disse que o Exército ucraniano se encontra numa posição de "ter de tomar decisões difíceis que não deveria ter de tomar", devido à escassez de munições.

"A ajuda em matéria de segurança por parte dos Estados Unidos e de outros países continua a ser vital para a Ucrânia", sublinhou Kirby. O porta-voz recordou que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu que sem ajuda externa as Forças Armadas do país não conseguiriam recuperar parte do território controlado pela Rússia em 2022.

"É absolutamente vital", reiterou Kirby, antes de assegurar que o Presidente dos EUA, Joe Biden, permanece "centrado" em conseguir novos pacotes de armamento para a Ucrânia.

No final de 2023, Biden pediu ao Congresso dos EUA a aprovação de 106 mil milhões de dólares (98,5 mil milhões de euros) para a Ucrânia no âmbito de um pacote extraordinário que também incluía fornecimentos a Israel e fundos para "conter" a crise migratória.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de Fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo