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Executivo aposta na recuperação de Institutos Técnicos Agrários

Maximiano Filipe|Benguela

Jornalista

O secretário de Estado para o Ensino Técnico-Profissional, Gildo Matias, anunciou, quinta-feira, em Benguela, a implementação do projecto de recuperação dos Institutos Técnicos Agrários (ITA), no âmbito do programa de reforço da formação de técnicos agrários.

03/02/2024  Última atualização 11H38
Secretário de Estado para o Ensino Técnico-Profissional © Fotografia por: DR
O anúncio de Gildo Matias foi feito durante o lançamento do projecto que visa reforçar as competências técnicas e profissionais dos estudantes que frequentam os cursos de agro-pecuária no Instituto Técnico Agrário (ITA) Joaquim Kapango, situado nas Bimbas, arredores da cidade de Benguela.

Segundo o governante, o projecto de recuperação dos Institutos Técnicos Agrários é uma iniciativa do Presidente da República e está orçado em 40 milhões de euros, sendo 35 milhões financiados pela Agência Francesa e cinco milhões doados pela União Europeia (UE).

Um dos objectivos do projecto, explicou, é formar técnicos de acordo com as potencialidades agrícolas e pecuárias de cada província.

Gildo Matias deu a conhecer que Benguela, por exemplo, além da cebola, banana, tomate e feijão, está a seguir para a produção de arroz e trigo, bem como hortícolas e leguminosas.

Em conformidade com as potencialidades locais, com o projecto, explicou, pretende-se potenciar a área de formação, de modo a garantir taxas altas de produtividade. "Esta é a verdadeira missão principal do projecto, que, para a sua materialização, existe um conjunto de fases e actividades que estão a ser cumpridas”.

O secretário de Estado para o Ensino Técnico-Profissional garantiu que a mobilidade dos estudantes será tida em conta, acrescentando que o projecto prevê, também, remodelar os internatos.

"Vai ser possível receber estudantes oriundos de vários pontos do país”, disse, salientando que o objectivo é ter quadros à altura de desenvolver a agro-pecuária.

Gildo Matias disse que alguns estudantes dão sequência à formação na Huíla, Bié, Huambo, entre outras localidades do país, numa demonstração clara da promoção da mobilidade de quadros, sobretudo do sector agrícola.

Para Benguela, referiu, o projecto começará a ser implementado no segundo semestre do corrente ano, estando em fase conclusiva o levantamento técnico sobre a intervenção que se pretende efectuar no ITA.

A execução do projecto, adiantou, contempla a melhoria das condições das infra-estruturas, salas de aula, oficinas, laboratórios e campos para a prática agrícola.

"Faz sentido que as escolas tenham condições e que sejam possuidoras de campos para a prática da agricultura”, sublinhou o governante, tendo acrescentado que o projecto vai, também, melhorar as competências dos professores, com formações contínuas, no quadro de uma cooperação com a República da França, em função da sua experiência e avanços tecnológicos.

O projecto, segundo Gildo Matias, vai garantir aos estudantes o acesso a novas técnicas em matéria de prática agrícola e pecuária. "O objectivo é fazer com que os alunos, depois de terminarem a formação, estejam, realmente, ao serviço da agricultura, primando pelo empreendedorismo, quer seja de forma individual quer seja colectivo”.

Satisfação da direcção da escola

 O director do Instituto Técnico Agrário de Benguela, Agostinho Pimenta, disse que a instituição está localizada a oito quilómetros da cidade e foi construída em 2011, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos (PIP).

O projecto, adiantou, vai garantir melhorias significativas na instituição, começando pela vedação, tendo em conta que a escola tem sido invadida, além de reforçar o asseguramento dos 210 hectares de áreas agrícolas.

Em função de algumas dificuldades, explicou, a instituição está apenas a explorar 25 hectares de terra, que têm servido para a actividade agrícola, aulas práticas e estágios curriculares.

O melhoramento das salas de aula, laboratórios e dormitórios constam entre as prioridades apresentadas pela direcção da escola.

O Instituto Técnico Agrário de Benguela possui 34 salas de aula e estão matriculados 1.700 alunos, dos quais 614 do sexo feminino.

Do total de estudantes, 51 estão em regime de internato. A instituição já formou mais de 500 técnicos médios, nas áreas da Agricultura, Pecuária, Gestão Ambiental e Animal. A previsão é colocar no mercado de trabalho mais 223 finalistas, no final do ano lectivo em curso.

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