Política

Executivo prepara lançamento do Plano Nacional de Leitura

César Esteves

Jornalista

O Executivo está, neste momento, a trabalhar num projecto virado à preparação de um Plano Nacional de Leitura destinado à promoção e à massificação do gosto por esta prática no seio da população, assim como permitir o desenvolvimento da economia do livro e a criação de um corpus literário angolano.

13/03/2024  Última atualização 08H40
Comissão para a Política Social recomenda que o documento seja submetido à consulta pública para recolha de contribuições © Fotografia por: Edições Novembro
O Projecto de Decreto Presidencial, que aprova o Plano Nacional, foi apreciado, ontem, durante a primeira reunião ordinária da Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros, orientada pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote.

No final da reunião, a Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros recomendou que o documento seja submetido à consulta pública, para a recolha de mais contribuições com vista ao seu enriquecimento, dada a sua importância.

O comunicado saído da reunião avança que o Plano Nacional de Leitura se destina, igualmente, à formação de mediadores de leitura, valorização institucional da leitura, o incremento do seu valor simbólico, bem como garantir a universalização do acesso à prática da leitura.

O documento adianta que o Plano Nacional de Leitura contém as acções e metas a serem alcançadas, visando contribuir, de forma positiva, no processo de implementação de medidas de políticas públicas para a melhoria da qualidade de ensino, atendendo, de igual modo, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

Em declarações à imprensa, no final da reunião, a ministra da Educação, Luísa Grilo, fez saber que, depois da consulta pública, o documento será remetido à consideração do Presidente da República, para a sua aprovação.

Luísa Grilo disse que o Plano Nacional de Leitura, que terá a duração de quatro anos (2024-2027), é destinado a todas as pessoas com necessidades de ler, sobretudo os meninos da 1ª e 2ª classes. "Pretendemos que eles comecem a ler desde muito cedo, isto é, desde o pré-escolar até ao Ensino Secundário”, ressaltou a ministra da Educação, para quem a ideia é fazer com que as pessoas ganhem o gosto pela leitura, ainda que seja um livro por ano. A ministra da Educação avançou que o Plano vai ser levado, além de outros lugares, às comunidades, nos centros culturais e nas casas de Cultura.

"Temos, ainda, as mediatecas e as bibliotecas, que são bons espaços para a prática da leitura”, destacou.

Luísa Grilo deu a conhecer que o Plano Nacional de Leitura constitui um instrumento importante para o desenvolvimento e a criação do hábito da leitura e da escrita a nível do país. "É um instrumento multi-ssectorial da Cultura, Educação, Ensino Superior, mas, de uma maneira geral, das próprias comunidades”, atestou.

Centro Cultural Manuel Rui

A Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros apreciou, também, o Projecto de Decreto Presidencial que cria o Estatuto do Centro Cultural "Manuel Rui”, na província do Huambo, vocacionada à recolha, preservação e divulgação dos diferentes valores do património cultural angolano e a promoção da produção de bens materiais e serviços de natureza cultural e educativa.

O referido Centro Cultural visa, ainda, difundir o gosto pela Cultura Nacional, estimulando a participação das comunidades nos cursos vocacionais, seminários e palestras no domínio das Artes, Ciência e sobre figuras históricas nacionais e internacionais.

Destina-se, igualmente, ao desenvolvimento de actividades de interesse das comunidades, entre as quais festivais de arte e cultura, festas populares, excursões e concursos, círculos de interesse, música, dança, literatura, teatro, criação de acções de artesanato, culinária e outras manifestações da cultura angolana, em particular, de África e do mundo, em geral.

O ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, considerou a apreciação deste documento, em sede da Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros, um passo significativo em relação ao Centro Cultural Manuel Rui. "Nós apreciamos a força de pessoal que é necessário para aquele Centro, como, também, todo o estatuto e o espírito de promoção e difusão da cultura nacional dentro daquela instituição”, frisou Filipe Zau, ressaltando estar, agora, aberto um caminho "extremamente interessante” no que diz respeito à promoção da cultura.

O ministro da Cultura e Turismo recordou que o Centro Cultural Manuel Rui é o primeiro de referência. Além do "Manuel Rui”, Filipe Zau lembrou que o país vai ganhar mais um outro Centro Cultural, o de Luanda, cujo plano já se encontra em fase de elaboração.

Ao lado dessas infra-estruturas, prosseguiu, vão juntar-se o Palácio da Música e do Teatro e a Casa do Artista. "O que denota, de certa maneira, que as instituições que vão dar força à cultura estão alinhadas com o Plano de Desenvolvimento Nacional e que darão, portanto, uma outra oportunidade para promovermos a cultura, dar maior sustentabilidade aos artistas, do ponto de vista da sua empregabilidade, e, também, da divulgação das suas obras e dos seus trabalhos a nível nacional”, aclarou.

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