A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
O Governo moçambicano disse, quarta-feira, que as Forças Armadas estão preparadas para continuar a luta contra os insurgentes na região Norte, estando a desenhar um programa de reforço técnico e logístico para fazer face às exigências, perante a eventual saída das forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
"O Governo está atento e a fazer de tudo para que, independentemente da saída da SAMIM [Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique], vamos reforçar as condições para lutar contra o terrorismo", declarou Filimão Suaze, porta-voz do Governo, citado pela Lusa após uma reunião do Conselho de Ministros em Moçambique.
A Cimeira da SADC aprovou, em Agosto de 2023, a prorrogação da missão em Cabo Delgado, por 12 meses, até Julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva das forças dos oitos países da região que a integram. Filimão Suaze afirmou que, nos próximos meses, o executivo vai avançar com informações mais detalhadas sobre o processo, reiterando, entretanto, que as forças moçambicanas "tudo vão fazer para garantir a segurança às populações, de tal forma que a saída de uma força não se note”.
Em Fevereiro,uma fonte da missão internacional da SADC em Moçambique (SAMIM) disse à Lusa que continua no terreno em Cabo Delgado, enquanto analisa a situação, prometendo que mais informações só serão fornecidas após as avaliações em curso.
A fonte recordou que o mandato da SAMIM incluiu o apoio à Moçambique "no combate ao terrorismo e aos actos de extremismo violento" em Cabo Delgado, "neutralizando a ameaça terrorista e restaurando a segurança, a fim de criar um ambiente seguro, fortalecer e manter a paz e a segurança, restaurando a lei e a ordem nas áreas afectadas”.
"Apoiar a República de Moçambique, em colaboração com agências humanitárias, a continuar a prestar ajuda humanitária à população afectada por actividades terroristas, incluindo pessoas deslocadas internamente", acrescentou.
A missão SAMIM compreende tropas de oito países contribuintes da SADC, nomeadamente, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Malawi, África do Sul, República Unida da Tanzânia e Zâmbia, "trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado". A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência, que desde Dezembro voltou a recrudescer com vários ataques à populações e forças armadas, levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Rwanda, com mais de 2 mil militares, e da SADC, libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
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