Os restos mortais do jornalista, escritor e docente universitário Felisberto Filipe foram, ontem, a enterrar no Cemitério do Benfica, em Luanda, num ambiente de profunda dor e consternação.
Enquanto saía o cortejo fúnebre da sua residência, no Zango Zero, para o Cemitério do Benfica, Marinela Gaspar, primogênita, explicou que esteve ao lado do pai pela última vez na passada quarta-feira, no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento e que ele, tirando a máscara de oxigénio, deu-lhe um abraço e disse: "eu te amo minha filha, cuida dos teus irmãos, sejam firmes e fortes".
A jovem, de 19 anos, contou que prometeu continuar a estudar e cuidar dos oito irmãos (quatro meninas e quatro rapazes).
Gilberto Figueira, antigo colega na Rádio UNIA, disse que a geração de ideias ficou mais fragilizada com o desaparecimento físico de Felisberto Filipe.
Para os antigos colegas da Rádio UNIA, Felisberto Filipe vai deixar muitas saudades, principalmente aos integrantes do 1° grupo de estudantes selecionados, em 2013, liderado por ele, para dar voz à emissora.
Durante o processo de organização da estrutura de quadros da Rádio, por orientação do PCA da UNIA, António Burity da Silva, Felisberto Filipe foi indicado para assumir a direcção da Rádio, função que desempenhou até a pandemia da Covid-19, altura em que suspendeu o vínculo laboral por razões de saúde.
A União Nacional dos Artistas e Compositores de Angola (UNACA), numa mensagem assinada pelo seu presidente, Zeca Moreno, endereça à família enlutada sentimentos de pesar, bem como às classes artística e jornalística, destacando, por outro lado, as suas obras na formação de quadros, teatro, literatura e jornalismo.
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