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Fome severa atinge mais de 48,2 milhões de pessoas

Mais de 48,2 milhões de pessoas sofrem de fome severa na África Oriental, onde as necessidades humanitárias se agravaram no último ano devido a fenómenos climáticos, conflitos, surtos de doenças ou crises económicas, alertou, ontem, a ONU.

16/03/2024  Última atualização 10H15
© Fotografia por: DR

"Em Fevereiro de 2024, mais de 48,2 milhões de pessoas, sobretudo na Etiópia, Quénia, Somália, Sudão do Sul e Sudão, sofriam de fome severa", fez saber o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA).

O fenómeno climático El Niño, uma mudança na dinâmica atmosférica causada por um aumento da temperatura do Oceano Pacífico, levou a condições mais húmidas que provocaram inundações na maior parte da região durante o último trimestre de 2023.

Este facto, segundo o OCHA, agravou ainda mais a situação nas zonas que não tinham recuperado das consequências da seca severa e prolongada de 2021 a meados de 2023, a pior dos últimos 40 anos.

A organização sublinhou que a região sofre também uma das maiores crises de deslocação do mundo, com pelo menos 17 milhões de pessoas deslocadas internamente e 5,1 milhões de refugiados ou requerentes de asilo.

"O conflito é o principal factor de deslocação, com mais de seis milhões de pessoas desenraizadas das suas casas no Sudão até Janeiro de 2024 e 4,6 milhões de deslocados internos na Etiópia", afirma o gabinete das Nações Unidas.

Além disso, esta crise conduziu a surtos de doenças como a cólera, o sarampo e a malária, num contexto de insegurança alimentar e desnutrição.

Só em Fevereiro, foram notificados mais de 80.000 casos de cólera e quase 34.000 casos de sarampo numa região que cobre o Burundi, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Tanzânia.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a crise climática é um factor de agravamento, uma vez que muitos surtos de infecção diarreica se seguem a desastres naturais, como inundações, ciclones e secas, devido à falta de água potável.

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