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Forças navais da Turquia defendem águas somalis

A Somália aprovou, ontem, um acordo de cooperação nas áreas da defesa e economia com a Turquia no qual se prevê o envio de forças navais turcas para assegurar as suas águas territoriais, por um período de 10 anos.

23/02/2024  Última atualização 12H40
© Fotografia por: DR

"O Governo aprovou o acordo de cooperação económica e de defesa entre o nosso país e o Governo dos nossos irmãos da Turquia", declarou o Primeiro-Ministro, Hamza Abdi Barre, na rede social X (antigo Twitter), qualificando o pacto como histórico.

O acordo colocará "fim ao medo do terrorismo, dos piratas, da pesca ilegal, dos abusos e das ameaças do estrangeiro", afirmou o Primeiro-Ministro. O Parlamento somali, com 213 votos a favor, aprovou o pacto pelo qual a Turquia receberá 30% das receitas da zona económica marinha do país e se compromete a reconstruir e equipar a marinha somali.

As autoridades somalis salientaram que o acordo representa um passo em frente na salvaguarda da soberania. "Numa ocasião importante, o Conselho de Ministros aprovou um pacto de parceria no domínio da defesa entre a Somália e a estimada República da Turquia, membro da OTAN", declarou o Ministro da Informação, Cultura e Turismo da Somália, Daud Aweis, nas redes sociais.

"Este pacto histórico de 10 anos irá reforçar significativamente os esforços do Governo para salvaguardar a sua soberania", sublinhou Aweis. A Turquia é um importante aliado que tem apoiado a Somália em sectores como da Educação, Infra-estruturas e da Saúde, além de prestar ajuda humanitária e militar ao país.

O pacto surge num momento em que se verifica uma escalada de tensões diplomáticas com a Etiópia. As tensões começaram a 1 de Janeiro, quando as autoridades etíopes e a Somalilândia, uma região somali autoproclamada independente, assinaram um memorando de entendimento para garantir o acesso da Etiópia ao Mar Vermelho.

O pacto permitiria a Adis Abeba obter uma base naval permanente e um serviço marítimo comercial no Golfo de Aden através de um acordo de arrendamento de 20 quilómetros de costa por 50 anos. Em troca, segundo o líder da Somalilândia, Muse Bihi Abdi, a Etiópia reconheceria internacionalmente o território como um país independente, embora Adis Abeba tenha afirmado que ainda não avaliou este pedido.

O Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, considerou o pacto ilegal e anulou-o. A Somalilândia não é reconhecida internacionalmente, embora tenha a sua própria constituição, moeda, Governo e um desenvolvimento económico e estabilidade política com melhores indicadores do que os da Somália. A região declarou a sua separação da Somália, uma antiga colónia italiana, em 1991, quando o ditador somali Mohamed Siad Barré foi derrubado.

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