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Fortes chuvas deixam ruas da capital intransitáveis

As chuvas moderadas, mas fortes em algumas zonas de Luanda, que se registaram terça-feira, deixaram as vias principais e secundárias intransitáveis, informou a porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB).

07/02/2024  Última atualização 08H07
Alguns populares tiveram dificuldades em sair de casa devido à quantidade de água nas ruas © Fotografia por: Arsénio Bravo| Edições Novembro

Maina Panzo disse que um dos pontos preocupantes é a rua principal da Igreja Católica, em Viana, completamente intransitável. "É um dos locais onde ocorre maior concentração de águas durante as chuvas, por isso, aconselha-se prudência na condução”, adiantou. A situação, continuou, foi registada em muitos outros pontos de Luanda.

A inspectora-chefe avançou que não houve registo de morte em consequência das últimas chuvas, nem de danos materiais avultados.

 
Ocorrências

O Comando Provincial de Luanda do SPCB registou, nas últimas 24 horas, 11 ocorrências, sendo quatro incêndios, cinco transferências para diversas unidades hospitalares e dois desbloqueios de portas.

Os incêndios ocorreram no município de Luanda (dois), em Viana e Belas (um). Os sectores mais afectados foram o Transporte, Energia e Habitação. As presumíveis causas, disse, são apontadas como sendo curto circuito e negligência.

Quanto aos serviços pré-hospitalares e transferências médicas, disse, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros efectuou cinco no município de Viana, duas no de Belas e uma em Luanda e no Talatona.

A porta-voz aconselha aos automobilistas a reduzir a velocidade, ter prudência e respeitar os sinais de trânsito, em especial durante o período de chuva, de forma a  prevenir eventuais acidentes.

 
Moradores da Terra Vermelha enfrentam dificuldades

Os moradores da Terra Vermelha, no  Distrito Urbano da Maianga, continuam a enfrentar muitas dificuldades para aceder ao centro da cidade, na época chuvosa, dado o mau estado em que ficam as vias de acesso.

Ontem, devido à chuva que caiu de madrugada em Luanda, os moradores contaram, ao Jornal  de Angola, que para sair de casa, em especial quem vive na rua da Padaria, tiveram de esperar por duas ou mais horas por um transporte, devido a escassez de táxis.

A situação é antiga, revelam, mas, nos últimos dois meses, pioraram, devido ao estado das vias. Hoje, as duas ruas mais usadas pelos veículos que trafegam pelo bairro, localizadas por detrás do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, estão totalmente esburacadas e alagadas.

Actualmente, disseram, é raro ver os táxis "azuis e brancos” a circularem na referida via. "São as motorizadas de três rodas, conhecidas como kupapatas, que asseguram em grande percentagem a transportação de passageiros e cargas”, disse.

Os moradores com viaturas pessoais, lamentam, por terem de deixar os carros em determinados pontos, mas precisamente na zona do Cassequel do Buraco e terem de ir à casa de mototáxi. "É uma forma de evitar prejuízos maiores”, adiantou Maria Adão.

Da zona da Canjala até ao Cassequel, contou, quando aparecem os táxis, os passageiros pagam sempre o dobro da corrida ou são submetidos às linhas curtas, até chegarem à Teixeira, onde conseguem transportes para o Aeroporto, São Paulo, Mutamba, Avô Kumbi e Congolenses.

Ontem, por causa da chuva, disse, muitos moradores tiveram de fazer o percurso Terra Vermelha- Canjala-Teixeira a pé. "Essas dificuldades aumentam, especialmente, nos horários de maior fluxo de pessoas”.

 
Transtornos para os passageiros em Luanda

A chuva que caiu na madrugada de ontem, em Luanda, causou diversos transtornos aos transeuntes em determinados bairros da província. Como é frequente, as paragens de táxi registaram um número acentuado de passageiros. Em muitos bairros, os charcos de água criaram empecilhos na mobilidade de muitos transeuntes, impedindo-os de realizar as actividades diárias. 

Antónia Jacinta, moradora do bairro Rangel, disse que não foi fácil transitar de um lado para o outro. "Sempre que chove sair de casa é um problema. É um Deus que nos acuda. É mais difícil ainda  circular com a criança. Hoje, para a levar à escola tive que a colocar nas costas”, lamentou.

Além da Antónia Jacinta, muitos outros moradores de diversos municípios também vivenciaram a mesma situação. "As vias estão intransitáveis e cheias de lama. É uma lástima”, disse Carlos, um dos moradores do bairro Calemba II.

Na paragem dos Congolenses, era visível uma fila enorme de passageiros à espera dos táxis. Cláudia Ventura, moradora na Camama, frisou que a paragem estava lotada e não havia táxis. "Estou na paragem há quase duas horas e até agora nada. Está muito difícil e os taxistas  fazem linhas curtas”.


Engrácia Francisco, Jurelma de Castro e Celeste de Melo

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