Cerca de 126 milhões de dólares vão ser aplicados no combate à malária, à tuberculose, VIH-SIDA e no fortalecimento do sistema de saúde, em três províncias do país, nomeadamente Cuanza-Sul, Benguela e Bié, revelou, ontem, em Luanda, a chefe do Departamento da África e Médio Oriente do Fundo Global, Cary Fall Sow.
Em declarações aos jornalistas, à saída de um encontro com a 5ª Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, a responsável do Fundo Global disse que o investimento vai permitir a oferta de serviços de prevenção e tratamento a crianças, mulheres e homens em Angola, e não só, assim como equipar as pessoas que prestam serviços ao sector.
Cary Fall Sow referiu, ainda, que os critérios são feitos de forma colectiva com as autoridades nacionais, que apresentam o perfil de saúde de vários beneficiários.
"Olhamos para a mortalidade, morbilidade, infra-estruturas e o compromisso das províncias e resultados dos Estados. Esta medida não foi decidida apenas por Genebra, mas é o resultado de negociações técnicas entre as autoridades nacionais e o Fundo Global”, explicou.
A chefe do Departamento da África e Médio Oriente do Fundo Global alertou que Angola não está imune aos desafios que os outros países enfrentam, relacionados com o sistema de saúde.
"Angola tem investido muito em infra-estruturas que permitem que os serviços de saúde sejam prestados, mas precisa de recursos humanos e serviços a nível ministerial e interministerial”, esclareceu, apelando para a criação de uma cadeia de fornecimento que trabalhe de forma efectiva e que faça com que os medicamentos estejam disponíveis aos beneficiários, ao mesmo tempo que se crie um sistema de informação que permita conhecer ou saber quando é que há necessidade de medicamentos e em que circunstâncias devem ser comprados e quantas pessoas têm acesso aos mesmos.
Cary Fall Sow assegurou, ainda, estarem a trabalhar de forma conjunta com as autoridades angolanas visando fortalecer a base, permitindo que os doentes de malária, tuberculose e VIH/Sida possam ter acesso aos medicamentos. O Fundo Global, acrescentou a responsável, tem sido um parceiro permanente de Angola, nos últimos 25 anos, tendo já alocado ao país cerca de quatro mil milhões de dólares para o combate ao HIV/Sida, malária e Covid-19, e investido em programas do sistema nacional de saúde.
Parlamentares satisfeitos
O deputado João Mpilamosi Domingos confessou estar satisfeito com as informações fornecidas pelo Fundo Global, enaltecendo o facto de a província do Bié ser uma das beneficiárias do projecto.
"O esforço que o Governo deve fazer, agora, é cumprir com a responsabilidade do cofinanciamento, que é fundamental para avaliação do que essas instituições fazem, com vista à libertação de mais financiamento para os próximos programas”, disse.
O apelo do Fundo Global, segundo o deputado da 5ª Comissão Parlamentar, é que Angola cumpra com a sua responsabilidade no que diz respeito à compra de mosquiteiros.
João Mpilamosi Domingos assegurou que a comparticipação é importante, porque se Angola não cumprir com as suas obrigações, nas próximas cedências de pacotes financeiros sofrerá uma redução, por incumprimento das suas obrigações no programa.
"Até agora, estamos com um défice de sete por cento no grau de execução e o que poderá ocorrer é que nos próximos financiamentos não seja libertada a parte em falta”, acrescentou o deputado, para em seguida manifestar-se optimista em relação ao interesse do Governo angolano em cumprir com o compromisso, tendo em consideração a grande incidência da malária e as mortes que tem causado no país.
Quanto à tuberculose, os deputados observaram que há uma dificuldade nacional para a aquisição dos fármacos.
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