O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
O músico Gabriel Tchiema reconhece ser importante que se continue apostar mais nos géneros musicais tradicionais, apesar das influências de outras culturas, sobretudo no domínio linguístico dos países vizinhos.
Tal como acontece com as línguas nacionais, que periodicamente, se vão adaptando aos novos tempos, ainda assim, é imperioso o fortalecimento das políticas de protecção e preservação das raízes culturais angolanas.
Esse processo, disse, tem sido feito também na valorização das línguas nacionais por meio das canções e danças tradicionais, o que tem ajudado no processo de transmissão de conhecimentos as comunidades.
Em declarações ao Jornal Cinguvu , cuja entrevista completa vai ser publicada na próxima edição do título regional da Edições Novembro, o músico que mais sucessos e prestígio tem alcançado com aposta na preservação da cultura local , sublinhou que a "Cianda como música e dança deve ser preservada na sua originalidade e não sofrer alterações, para não a descaracterizar”.
Gabriel Tchiema alertou para os perigos das mudanças que não estão a respeitar a essência do género musical de forma a manter intacta a matriz. "É importante acompanhar os ventos do desenvolvimento, mesmo que seja por via da introdução de elementos estéticos de outros povos, para agregar valores positivos aos nossos estilos musicais, mas nunca mudanças que coloquem em causa a originalidade dos nossos estilos tradicionais” enfatizou o vencedor do Prémio Nacional de Artes e Cultura, em 2014 na categoria musica e Melhor Produção Discográfica da edição do Top Rádio Luanda do mesmo ano com o disco "Mungole”.
Gabriel Tchiema disse estar certo que a juventude tem reagido de forma positiva às mudanças estéticas e estruturais que marcam os traços do folclore para a música urbana e modernistas.
Com muita satisfação, reconhece que a nova geração tem feito um trabalho positivo na aposta dos ritmos nacionais, desde a música e a dança. "Na sua irreverência, a juventude tem procurado tornar os nossos géneros mais apreciados e compreendidos ritmicamente, satisfazendo desta forma os ouvidos mais educados musicalmente”, assinalou.
Novas tendências contribuem para a renovação estética
Para o músico e compositor, o contacto com outras sonoridades e culturas
transformam e dão outra qualidade às músicas tradicionais, tornando-as mais
ricas, sem a sua descaracterização.
O uso de instrumentos como o violão, a guitarra eléctrica, os teclados, as cordas e até mesmo os metais, segundo Gabriel Tchiema, permitem aos fazedores da cianda imprimir maior dinâmica técnica, incluindo a imaginação para obter a melhor qualidade musical.
"A criação artística é um elemento livre das amarras de conceitos estáticos, vem da alma e não é algo pré-definido. Por isso, vão estar sempre presentes elementos novos em cada criação original para dar identidade ao criador”, reforçou, realçando, por outro lado, que mesmo na música e dança tradicionais houve sempre inovações, que as diferenciam no compasso e na rítmica ao longo dos séculos.
O músico, natural do município do Dala, província da Lunda-Sul, é um defensor dos mais variados estilos musicais da região Leste de Angola e assegurou de forma substantiva, que, definitivamente, o género musical tchianda tem o caminho aberto para a sua universalização, embora ache que a música e dança devem ser preservadas para sustentar os tempos vindouros.
Relativamente ao Festival Ngeya, sobre a música e danças tradicionais da região Leste de Angola com periodicidade anual, e com rotatividade para as províncias da Lundas-Norte, Lunda-Sul e Moxico, uma iniciativa da Sociedade Mineira do Catoca em parceria com a Fundação Brilhante, Gabriel Tchiema, na qualidade de coordenador técnico do evento cultural,garantiu que o projecto veio para ficar.
Justificou que o certame reúne um conjunto de iniciativas voltadas à preservação, recolha e divulgação de elementos culturais puramente tradicionais, no sentido de dar continuidade às práticas culturais que estão em fase de desaparecer.
"Neste Festival, só vale tudo dentro daquilo que engrandece a nossa ancestralidade. Entendo que pode também ser-se criativo para imortalizar a nossa forma de estar e ser”, disse, reafirmando a importância de uma maior reflexão para se colocar na senda mediática outros géneros musicais da região como a Kandoa, Makopo "Shombe” e Cisela.
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